O Fórum da Sustentabilidade – blog ou espaço informal – nasceu para aumentar a partilha de conhecimento e debate sobre questões de sustentabilidade em diversas áreas. Começou no setor Turismo e, desde então, que tem como missão obter a participação de, cada vez mais, profissionais de todas as atividades, sejam de hotelaria, distribuição turística, companhias de aviação, rent-a-car ou animação turística.
Foi, aliás, no âmbito da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, em março, que o Fórum da Sustentabilidade celebrou um um acordo com a APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, para obter a participação dos seus associados. Quem nos diz é Rita Montez responsável pelo Fórum da Sustentabilidade, explicando que a participação no Fórum faz-se através de uma inscrição, “seja em nome de empresas ou individualmente”, mediante o “pagamento de uma quota quase simbólica, que assegura o direito a participar em todos as reuniões e ter acesso a toda a documentação que dali venha a ser produzida”.
Todos os debates e conversas são agendados em função dos interesses dos diferentes participantes: “Haverá, naturalmente, uns mais transversais que outros”. Por exemplo, “como temos já uma série de agências de viagens inscritas, que estão no processo de certificação de sustentabilidade, vamos «alinhar» por alguns temas que lhes podem ser úteis nesse caminho”, refere, dando nota de uma “reunião (já realizada) que abordou as responsabilidades das agências de viagens na escolha de soluções de alojamento sustentável”, onde se contou com a participação de Anne de Jong, presidente do Good Tourism Institute.
“Sabemos que grande parte dos consumidores de turismo estão mais afastados destas questões”
Iniciativas como o Fórum da Sustentabilidade, acredita Rita Montez, pode ser um aliado para que setor do turismo acelere o caminho da sustentabilidade: “Acreditamos que o futuro está nas nossas mãos, e isto não é um «chavão», é mesmo convicção. E cabe-nos a todos, seja nas nossas vidas pessoais como profissionais, implementarmos as mudanças necessárias”. Focando no ponto de vista profissional, a responsável considera que, “em cada uma das atividades desempenhadas, há uma responsabilidade individual e corporativa que, acreditamos, só pode beneficiar e levar à progressão da sustentabilidade quando todos partilharmos as boas práticas, as boas (e até as más) ideias, quando estivermos disponíveis para inspirar e sermos inspirados”. E “quando temos as «mãos na massa», ninguém melhor que nós mesmos para ponderar tudo isto na perspetiva dos negócios de cada um”, defende.
Quando comparado com outros setores, o Turismo não está “muito” atrasado na jornada, até porque, o grau de atraso varia muito em função da geografia: “Do norte da Europa, por exemplo, chegam-nos excelentes exemplos e sabemos que irão «forçar» os países do Sul a adotarem medidas, sob pena de estes perderem negócio”. Já. num país como Portugal, “sabemos que grande parte dos consumidores de turismo estão mais afastados destas questões, não constituindo ainda motivação suficiente para os players do setor”, considera Rita Montez, constatando que será o “cliente estrangeiro”, a começar pelos do Norte da Europa, que terá um papel determinante neste caminho. E a isto somam-se as “as crescentes exigências da banca e até legislativa”, remata.