No âmbito doDia Mundial da Conservação da Natureza, celebrado esta quinta-feira, 28 de julho, o Fórum da Energia e Clima apela, num comunicado, à consciencialização da proteção e conservação do meio ambiente, através de medidas como a limpeza de áreas costeiras e florestais, ordenamento e gestão do território e implementação de políticas públicas ambientais e de sustentabilidade mais eficazes.
A propósito da enorme onda de calor e dos consequentes incêndios florestais vividos em Portugal, Ricardo Campos, presidente do Fórum da Energia e Clima, refere que “temos a ‘casa’ arder, e continuará a arder enquanto não diminuirmos esta dependência dos combustíveis fósseis que ainda se situa em 80% em todo o mundo”.
Na opinião do responsável, “os gases com efeito de estufa continuam a ser emitidos na atmosfera a um ritmo nunca visto. Apostar na mitigação é apostar nas energias renováveis, no sol e no vento – esse é o futuro. É também uma oportunidade de desenvolvimento económico e de geração de emprego, ao mesmo tempo que reduzimos a dependência energética de outras geografias e melhoramos a nossa balança comercial.”
No mesmo comunicado, o Fórum da Energia e Clima apela ainda que, para além de ser fundamental reforçar as políticas de conservação da natureza e cumprir os vários objetivos a que o país se propõem, outras medidas eficazes como o “reordenamento florestal, a limpeza e gestão das áreas costeiras, florestais e protegidas”, assim como a “recuperação da agricultura de montanha são necessárias para o alívio da problemática que Portugal (e o mundo) tem vivido nestes últimos tempos”.
“No Fórum defendemos que deve ser empoderado o associativismo florestal criando programas que permitam acelerar o cadastro e construir um fundo onde sejam acumuladas as receitas de novos projetos que possam extrair valor da floresta em pé, desde o seu serviço de ecossistema, à produção de produtos, ou mesmo à recolha da biomassa; e deve-se avançar rapidamente para a criação de corredores de corte do continuo florestal, mesmo que para isso seja necessário expropriar terrenos”, defende Ricardo Campos.
As políticas de conservação da natureza também devem fazer face à perda de biodiversidade existente em Portugal, apesar do país ser um dos Estados-membros da União Europeia com mais biodiversidade. Atualmente, “o país conta com a representação de 22% das espécies na Europa e 2% a nível global, o equivalente a 35 mil espécies”, indica o Fórum. Contudo, estimam-se que cerca de 15% das espécies apresentam o estatuto de ameaça: “Portugal é ainda o 10º classificado em termos de percentagem de área integrada na Rede Natura 2000, no total dos 27 Estados-membros, e totaliza cerca de 3 milhões de hectares de área marinha e 22% de território terrestre continental como área classificada pela Rede Nacional de Áreas Protegidas”.
O Fórum de Energia e Clima defende a proteção dos ecossistemas, da biodiversidade e da manutenção das espécies. Para tal, tem vários programas alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, nomeadamente a proteção da natureza, promoção da saúde ambiental e transição energética e florestas urbanas.