As formigas são indesejadas na maioria dos lares dos portugueses, mas um biólogo de Évora quer colocá-las, de forma controlada, dentro das casas, como animal de estimação, e das escolas, como componente lúdico-didática, dá conta a Lusa.
Eduardo Sequeira é o mentor de um projeto, denominado “Formigarium”, que consiste na instalação e posterior venda de colónias de formigas em caixas de acrílico transparentes que permitem a observação dos insetos.
“Para além de serem um animal de estimação, as formigas encaixam em diversas temáticas dos currículos de vários anos letivos e são muito apelativas em determinadas matérias”, realça à agência Lusa o responsável.
O também biólogo, que se formou na Universidade de Évora, conta que tem formigas como animal de estimação há quase 20 anos e que, desde sempre, foi desafiado por amigos a encontrar uma forma de também eles poderem ter estes insetos em casa, de forma controlada.
Lançado em 2013, o projeto teve “alguns avanços e recuos” e “foi ficando na gaveta”, mas, desde o ano passado, graças ao Fablab da incubadora de empresas ÉvoraTech, o “Formigarium” ganhou um novo impulso, adianta.
“Aprendi a desenhar em 2D e 3D e construí aquele que é o primeiro modelo de uma quinta de formigas lúdico-didática, que irá para o mercado”, adianta Eduardo Sequeira, referindo que no Fablab também faz “toda a parte de corte de ‘laser’ e impressão 3D”.
As “quintas” de formigas lúdico-didáticas do “Formigarium” vão chegar ao mercado no final de junho, estando o projeto, atualmente, em fase final de testes. “Tudo o que acontece debaixo da terra, que nós não conseguimos ver, aqui conseguimos”, acrescenta.
Este foi um dos projetos dados a conhecer à secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, durante uma visita ao Fablab da ÉvoraTech, no início de um roteiro pelos Fablabs instalados em Portugal.
Os Fablabs são oficinas experimentais que oferecem um conjunto de máquinas e ferramentas digitais que permitem a qualquer pessoa produzir, em pequena escala, diversos produtos personalizados.