Foram plantados 1600 pinheiros bravos em zonas do Oeste fustigadas pelos fogos
Com os incêndios de 2017 ainda na memória, e com o aproximar do verão, as campanhas pela necessidade de preservar as florestas, ações de limpeza e reflorestação voltam a intensificar-se, lê-se no site da Lusa.
Foi assim que no passado dia 21 de março, vinte Sapadores Florestais, Técnicos do Gabinete Técnico Florestal Intermunicipal e Responsáveis do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) uniram-se para plantar 1600 pinheiros bravos numa área de cerca de 1,5 hectares na zona de Pataias, Alcobaça, um dos locais fustigados pelos fogos de outubro de 2017, na região Centro, em que morreram 50 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas, tendo sido destruídas total ou parcialmente cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.
A ação promovida pelo ICNF e Nokia Portugal contou com a presença e colaboração da Brigada de Sapadores Florestais da Comunidade Intermunicipal do Oeste, solicitada no âmbito do “serviço público”, e da Equipa de Sapadores Florestais da Associação de Produtores Florestais de Alcobaça e Nazaré.
Os esforços de reflorestação são um primeiro passo na recuperação da floresta portuguesa. A título de exemplo, entre 70 a 80% das árvores plantadas para reflorestar as áreas ardidas nas matas nacionais do litoral morreram, anunciou a 3 de março o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Na Mata Nacional de Leiria, onde foi apresentado o Plano de Investimentos Matas Públicas do Centro e Litoral, que será aplicado até 2022, Rogério Rodrigues revelou, à data, a necessidade “de fazer retanchas [substituições] em cerca de 70 a 80% das áreas”.
Em terrenos como o da Mata Nacional de Leiria, o normal são mortalidades de 20 a 30%, mas de 2018 para 2019 tivemos “um ano muito seco” e “picos de 45 a 47 graus centígrados no verão”, fatores que aumentaram a dificuldade de “pequenas plantas viverem”, enunciou Rogério Rodrigues.
De referir que os meios de combate a incêndios vão ser reforçados este ano com mais operacionais, viaturas e meios aéreos, segundo a Diretiva Operacional Nacional (DON) aprovada ontem. O maior reforço de meios de combate acontece na última quinzena de maio, que vai ter um aumento de 21% em relação a 2018.
Segundo a DON, a última quinzena de maio, com um empenhamento de meios de nível II, vai contar com mais 288 equipas, 1.316 operacionais, 294 viatura e seis meios aéreos do que em 2018, contando o dispositivo este ano com um total de 1.761 equipas, 7.606 operacionais, 1.735 viaturas e 38 meios aéreos.
No entanto, os meses de julho, agosto e setembro, considerado o período mais crítico em incêndios, continuam a mobilizar o maior número de meios, passando este ano a dispor de 11.492 operacionais, 2.653 equipas, 2.493 veículos e 60 meios aéreos, o maior de sempre. No ano passado, este nível de empenhamento máximo (denominado por nível IV) contava com 10.767 operacionais, 2.463 equipas, 2.303 veículos e 55 meios aéreos.
Corpos de bombeiros, Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR; Força Especial de Bombeiros e equipas de brigadas dos sapadores florestais integram as forças de empenhamento permanente de combate aos fogos.
Os meios de combate a fogos previstos para este ano podem ser alterados em função do risco de incêndio previsível.
O mesmo documento indica ainda que a Rede Nacional de Postos de Vigia, da responsabilidade da GNR, vai estar em funcionamento entre 07 de maio e 30 de outubro, estando a funcionar 228 postos entre 01 de julho e 15 de outubro e no restante período 72.