A Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE), com sede em Manteigas, defendeu esta quarta-feira a aplicação “urgente” de uma técnica tradicional, para permitir a “estabilização das encostas ardidas” e evitar a erosão dos solos, avança a Lusa. “Para evitar que tenhamos danos com a chegada das chuvas, defendemos uma intervenção imediata, que consiste na criação de uma teia, com recurso ao derrube de vegetação, que fixe os solos e evite que sejam arrastados”, explicou o presidente da direção da associação ambientalista ASE, José Maria Saraiva, em declarações à Lusa. O dirigente acrescentou que o método proposto para «estabilização das encostas das zonas de floresta ardidas» usa «as técnicas da engenharia natural, recomendadas internacionalmente para situações como estas». Explicou que os troncos das árvores ardidas serão «devidamente escorados pelas suas bases ainda enraizadas, perpendicularmente à pendente, criando uma rede dispersa de barreiras horizontais ao longo da vertente». Consiste «em deitar tudo o que é vegetação abaixo, colocando-a na horizontal, para que seja criada uma barreira contra a erosão», adiantou. José Maria Saraiva admite tratar-se de uma medida que «é extremamente fácil [de executar] e as pessoas do campo sabem como se faz». Referiu que, para a sua aplicação, «é preciso mobilizar as pessoas», papel que, deverá ser realizado «com urgência», pelas entidades estatais e autarquias. «É a medida mais urgente que se coloca neste momento», considerou o dirigente da ASE, que também defende a reflorestação das áreas ardidas da Serra da Estrela «no mais curto espaço de tempo», através dos métodos da sementeira e da plantação. O responsável considera que a intervenção de reflorestação «está mais que estudada», por isso, apela ao Estado e às entidades responsáveis «que não fiquem à espera de mais estudos para fazer um trabalho fácil de semear e plantar», argumentando que os trabalhos deveriam ser iniciados já no outono. «A ASE está disponível para colaborar com todas as entidades» na aplicação das medidas propostas, anunciou José Maria Saraiva. O dirigente também se mostra satisfeito com as medidas anunciadas pelo ministro da Agricultura para a zona da Serra da Estrela. «Pela primeira vez, desde que a associação existe, ouvimos um ministro falar de solos», referiu. Pelas contas da ASE, os incêndios registados até final de Agosto, destruíram 9475 hectares de terrenos dos concelhos de Seia e de Gouveia, no distrito da Guarda. “
Água e energia (II): A tecnologia como fator de diferenciação e sustentabilidade
As empresas do setor da água e da energia têm vindo a aproveitar cada vez mais as mais-valias da tecnologia...