A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) propôs, esta quinta-feira, que seja cobrado aos países do G20, os maiores emissores de gases poluentes, um “robusto” preço mínimo pelas emissões de carbono, para ajudar à transição para uma economia sustentável, noticiou a Lusa.
“Devido à urgência em atuar, propomos um preço mínimo internacional para o carbono entre os grandes emissores, como o G20”, disse Kristalina Georgieva na sua participação na Cimeira de Líderes sobre o Clima, uma conferência virtual organizada pelos Estados Unidos da América (EUA), que contou com a participação de 40 líderes mundiais.
Segundo a Lusa, a diretora do FMI sublinhou que a medida “dá um sinal fundamental aos mercados” que permite o avanço de investimentos em energias renováveis, mobilidade elétrica e reflorestação, entre outros.”Sem um preço robusto sobre o carbono não seremos capazes de alcançar os nossos objetivos de estabilização” dentro do Acordo de Paris, advertiu a responsável.
Georgieva referiu que o preço médio do carbono é atualmente de dois dólares (cerca de 1,67 euros ao câmbio atual) por tonelada, mas as análises do FMI apontam para uma necessidade de que o preço atinja os 75 dólares (62,45 euros) por tonelada em 2030 para travar as emissões de gases com efeito de estufa. A receita resultante poderia ajudar a sustentar uma “transição justa, que compense as famílias pelos aumentos de preços e facilite que empresas e trabalhadores transitem de atividades de alta para baixa intensidade em carbono”, referiu.
Georgieva sublinhou ainda que o preço mínimo deve ser “pragmático e equitativo, com diferentes níveis para os países”, consoante os níveis de desenvolvimento económico.
O presidente dos EUA, Joe Biden, convidou 40 líderes mundiais para uma cimeira destinada a preparar o caminho para a cimeira das Nações Unidas sobre o clima que se se realiza este ano em Glasgow (COP26). Biden comprometeu-se já a cortar em “metade as emissões de gases com efeito de estufa nos EUA até 2030, com o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica em 2050”, segundo a Lusa.
O Presidente russo, Vladimir Putin, pediu cooperação internacional na luta contra as alterações climáticas; o presidente chinês, Xi Jinping, pediu respeito pelo multilateralismo e responsabilidades diferenciadas aos países conforme a sua prosperidade económica; o presidente francês, Emmanuel Mácron, pediu maior rapidez na aplicação do Acordo de Paris; e a chanceler alemã, Ângela Merkel, disse que o país continuará a fazer a sua parte em defesa do clima.
Entre os países de língua oficial portuguesa, o Brasil comprometeu-se a pôr fim à desflorestação e a atingir a neutralidade carbónica em 2050.