GEOTA entregou hoje na residência oficial do Primeiro Ministro e no gabinete do Ministro do Ambiente e Transição Energética garrafas de vinho verde de uma quinta de enoturismo que perderia as suas vinhas. Atores, cantores e apresentadores juntam-se para apelar à participação na campanha #frinão.
Ana Brazão, do Rios Livres GEOTA, adianta que “quase duzentas mil pessoas já assistiram ao primeiro vídeo onde vários artistas se solidarizam com a causa. E o segundo vídeo, lançado na semana passada, já conta com mais de cento e cinquenta mil visualizações”.
Nos vídeos da campanha, as atrizes Anabela Teixeira, Cecília Henriques, Mafalda Luís de Castro e Rafaela Covas, os atores Fernando Fernandez e João Mota, ou as cantoras Joana Espadinha e Mariana Norton apelam à participação na primeira petição onde, ao subscrever, as pessoas “não assinam” uma declaração de responsabilização pessoal pelos impactes e risco de colapso, com a consequente chegada de um tsunami que inundaria o centro de Amarante em 13 minutos.
Ana Brazão explica que “os participantes são também convidados a enviar um email ao Primeiro Ministro, desafiando-o a assinar”. E afirma estarem “muito satisfeitos com a adesão visto que até ao momento quase 5.000 pessoas participaram”.
Já os atores Manel Moreira e Vitor d’Andrade, o cantor Zé Manel e o cartoonista, apresentador do Canal Q e, mais recentemente, das manhãs da Antena 3, Hugo van der Ding, foram também numa viagem pelas áreas do Rio Tâmega que a albufeira inundaria, a convite da associação de defesa do ambiente. Ontem, uma vídeo-reportagem foi publicada nas redes sociais do projeto Rios Livres GEOTA, com imagens da sua descida de rafting, percurso pedestre e prova de vinho verde, atividades que deixarão de ser possíveis caso a barragem avance.
Um desses casos é a Quinta das Escomoeiras, em Celorico de Basto, da qual foram hoje entregues garrafas de vinho na residência oficial do Primeiro Ministro e no gabinete do Ministro do Ambiente e Transição Energética. Este empreendimento turístico e vitivinícola veria a sua produção submersa pela albufeira.
“Este presente traz uma ‘mensagem na garrafa’: a região tem atributos importantes que ficarão destruídos se a 18 de abril decidirem avançar com Fridão. É uma decisão sem retorno e com implicações concretas na vida das pessoas”, concretiza Ana Brazão, do GEOTA.
O proprietário da quinta, Fernando Fernandes, afirmou que se perder a vinha “nem faz sentido pertencer à rota dos vinhos verdes e ter esta atividade de enoturismo que tem crescido imenso nos últimos anos. Portanto, é um desastre, de facto.” E acrescenta que trabalhou e lutou no sentido de “dar um contributo para a preservação dos ecossistemas e do ambiente e agora é como se tudo ruísse.”
Mas Ana Brazão acredita que é possível impedir o empreendimento, mostrando-se confiante nos resultados que a pressão pública está a ter, nomeadamente a “das várias organizações que têm vindo a juntar-se à campanha #frinão, inicialmente subscrita pela Academia Cidadã, ANP | WWF, LPN, SOS Salvem o Surf e pela agência de viagens-aventura Nomad, às quais se juntaram entretanto a AVE, Climáximo, Salta Fronteiras, SOS Animal, Tamera, e duas empresas locais diretamente afetadas, a Celorico Emotions e a Quinta das Escomoeiras”.