FCUL junta mais de 100 especialistas no âmbito do XXII Simpósio de Botânica Criptogâmica
Entre os dias 24 e 26 de julho, mais de 100 investigadores vão reunir-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) para o XXII Simpósio de Botânica Criptogâmica. O vereador da Estrutura Verde e Energia da Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes, irá marcar presença na sessão de abertura do Simpósio, marcado por uma grande preocupação com a sustentabilidade.
Para a instituição de ensino, a sustentabilidade “é uma grande preocupação deste simpósio”, estando a ser implementadas várias medidas para “minimizar o seu potencial impacto negativo no ambiente, de acordo com as recomendações das Nações Unidas”, lê-se num nota de agenda.
Paula Matos, coordenadora da organização do XXII Simpósio de Botânica Criptogâmica e investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, explica que “em fevereiro plantámos 100 árvores em Sintra em colaboração com a Mossy Earth, para compensar as emissões de dióxido de carbono do Simpósio. Além disso, todas as refeições que vão ser servidas ao longo do evento vão ter primeiramente por base produtos locais, e o consumo de produtos de origem animal vai ser mantido num nível baixo e mais sustentável”.
Também os materiais oferecidos aos participantes do simpósio foram pensados numa perspetiva sustentável. “A nossa ideia é a de oferecer materiais com valor, alertar os participantes para o desperdício de comprar em excesso e incentivar a poupança de recursos. Assim, os sacos da conferência foram impressos manualmente, numa empresa local, e os cadernos e os lápis foram produzidos em Portugal. Os lápis têm todos mais de 58 anos – são lápis de publicidade antigos – e a impressão da capa dos cadernos foi feita manualmente por nós, organizadores”, acrescenta a investigadora.
De acordo com a faculdade, ao longo dos três dias de simpósio, mais de uma centena de investigadores vão reunir-se para debater os mais recentes avanços no estudo destes organismos que não produzem flor, tendo os seus órgãos de reprodução ocultos, como por exemplo as algas, os musgos, os líquenes e os fetos. O simpósio contará ainda quatro Conferências Plenárias, por especialistas de renome internacional nesta área: Ana María Millanes Romero (Universidade Rey Juan Carlos, Espanha), João Serôdio (Universidade de Aveiro), Joaquín Hortal (Museo Nacional de Ciencias Naturales, Espanha) e Paolo Giordani (Universidade de Génova, Itália).
No âmbito do simpósio será também inaugurada a 24 de julho na Estufa Fria de Lisboa a exposição “Diversidade Escondida”: uma exposição que através das artes plásticas lança um novo olhar sobre a biodiversidade escondida de algas, líquenes, briófitos, fungos e fetos, com obras de escultura, desenho, pintura e gravura num coletivo de 18 artistas. A exposição tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e integra a programação de Lisboa Capital Verde Europeia 2020. Conta com a curadoria de Teresa Almeida, professora na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e artista plástica, e estará patente ao público até 4 de setembro.