Um sistema de proteção contra incêndios desenvolvido por uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), através da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) e do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), vai ser testado na próxima sexta-feira, dia 24 de julho, na aldeia de Travessas, no concelho Arganil.
Em comunicado, a faculdade refere que a tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto “FireProtect- Sistemas de Proteção de Pessoas e Elementos Críticos Expostos a Incêndios Florestais” que é coordenado pelo professor catedrático Domingos Xavier Viegas. Este projeto é cofinanciado pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional através do Programa Operacional do Centro.
Este sistema de proteção contra incêndios rurais instalado em Travessas, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Arganil e da Junta de Freguesia de Celavisa, baseia-se numa “linha de aspersores de água que podem ser acionados numa situação de incêndio proveniente do exterior e que ameace a povoação. Esta linha de aspersores foi repartida em quatro módulos de aspersão independentes distribuídos ao longo de aproximadamente 160m, cobrindo as zonas periféricas mais expostas desta aldeia”, explicam os cientistas da FCTUC.
Esta instalação constitui um projeto-piloto que pretende demonstrar possibilidades de autoproteção das comunidades expostas ao risco de incêndio. “Com uma população envelhecida e uma rede de acessos deficitários, Travessas poderá ver-se confrontada com uma situação em que o socorro por meios externos de proteção civil seja difícil ou mesmo impossível, como já sucedeu no passado. Assim, é fundamental que esta povoação, tal como muitas outras, tenha sistemas de autoproteção como este, que funcionem de forma semiautónoma. Estes sistemas podem salvar vidas, preservar bens e facilitar de sobremaneira as atividades dos meios de proteção civil”, declaram os investigadores da ADAI.
A equipa salienta ainda que este tipo de sistemas “apenas apoia o combate ao incêndio, diminuindo a intensidade do fogo ou extinguindo parcialmente a frente de chamas. As zonas cobertas pela linha de aspersores devem continuar a ser sujeitas a ações de gestão de combustíveis, tal como especificado na legislação em vigor. No entanto, mesmo não eliminando o risco, estes sistemas aumentam de forma significativa a probabilidade das pessoas, casas e aldeias resistirem aos efeitos de um incêndio”