A família Soares dos Santos, principal accionista do grupo Jerónimo Martins, quer apostar no sector da economia do mar e, nesse sentido, vai investir 264 milhões no Oceanário e no mar. A aquisição da concessão, por 30 anos, do Oceanário de Lisboa, ontem formalizada numa cerimónia com a presença do ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, é “a ponta do icebergue que representa a aposta da família Soares dos Santos nos aspectos relacionados com o conhecimento, a ciência e a cultura do mar, assim como na preservação dos oceanos”, noticiava hoje o Diário Económico.
A Sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS) propõe-se, assim, a comprar o Oceanário de Lisboa, pagando, ainda este ano, 35 milhões de euros ao Estado português: 24 milhões pela aquisição das acções e mais 11 milhões pelo pagamento de uma tranche inicial relativa à concessão propriamente dita.As restantes parcelas a pagar pela futura Fundação Oceano Azul, a criar especificamente pela SFMS para gerir o Oceanário, serão pagas ao longo dos 30 anos da concessão num montante que está actualmente calculado em cerca de 79 milhões de euros.
“Hoje (ontem) é (foi) um dia muito importante para a Sociedade Francisco Manuel dos Santos. Temos em preparação há mais de 18 meses um projecto na área da sustentabilidade ambiental. Queremos que o Oceanário passe a ser uma referência global em termos de cultura e de ciência do mar, em literacia azul. Começa hoje uma longa caminhada para mobilizar a sociedade portuguesa para reforçar o contacto com a temática dos oceanos”, assegurou José Soares dos Santos. O administrador da SFMS explicou, ainda, o motivo que levou a Sociedade a investir 264 milhões no sector da economia do mar: “este será um dos grandes assuntos do século XXI e queremos transformar Portugal, dentro de cinco a dez anos, numa plataforma a nível global de conhecimento e de discussão de temas ligados ao mar”. Fazer com que Portugal seja um dos maiores centros mundiais no sector da ciência do mar, além de dar uma grande visibilidade e reputação ao país, “vai atrair a comunidade de investigadores a nível global a trazer investimentos para o País”, rematou.
Quanto à compra do Oceanário de Lisboa, esta só será efectivamente concretizada quando a Autoridade da Concorrência autorizar a operação.