A falta de postos de abastecimento de combustíveis nos municípios mais isoladas de Angola leva as populações locais a fazer queimadas desordenadas para obter carvão, ameaçando a fauna e a flora, e destruindo áreas de cultivo, afirma a Lusa. A conclusão é do próprio Ministério dos Petróleos angolano que refere, num documento a que a Lusa teve hoje acesso, que foi aprovado para o ano de 2017 um programa de “acompanhamento das atividades de comercialização de derivados de petróleo nas zonas mais recônditas do país”, visitas que arrancaram em março nas províncias de Malanje, Lunda Norte, Uíge e Zaire.
A falta de postos de abastecimento de combustíveis afeta sobretudo os municípios de Cunda-Dya-Base, Marimba, Massango e Quirima, em Malanje, do Cuango, Cuilo e Lubalo, na Lunda Norte, de Bembe, Buengas, Ambuila e Milunga, no Uíge, e de Noqui, no Zaire, com as populações obrigadas a percorrer várias dezenas de quilómetros até à unidade mais próxima.
“Devido à dificuldade na obtenção desses derivados, as populações veem-se obrigadas a efetuar queimadas, geralmente desordenadas, para obtenção de carvão, resultando na destruição da fauna e flora afetando negativamente áreas de cultivo e de criação de animais”, conclui o Ministério dos Petróleos.