Exposição interativa Ocean Plastics Lab chega a Lisboa
Depois de Paris, Washington, Ottawa e Berlim, a exposição itinerante sobre a poluição do plástico no oceano vai estar patente a partir de amanhã, dia 14, e até 26 de maio, entre as 10h00 e as 19h00 (aos fins de semana até às 20h00) — entrada gratuita — no espaço exterior do Pavilhão do Conhecimento – Centro Ciência Viva.
Todos os dias o equivalente a 850 contentores de resíduos vai parar ao mar: dedicada a este problema urgente, a exposição interativa Ocean Plastics Lab estará patente nas próximas duas semanas no espaço exterior do Pavilhão do Conhecimento, localizado mesmo ao lado do Tejo, perto do Oceanário de Lisboa. A investigação internacional mais recente sobre poluição por plástico nos mares e oceano é mostrada em quatro grandes contentores de transporte. A instalação da exposição ao ar livre, as animações e módulos interactivos incentivam os visitantes a reflectir sobre o tema, promovendo o diálogo entre ciência e sociedade.
Para marcar o Dia Europeu do Mar, que este ano será comemorado em Lisboa, nos dias 16 e 17 de maio, o Ocean Plastics Lab pode agora ser visto também nesta cidade. Ana Noronha, diretora executiva da Ciência Viva, parceira científica desta exposição de ciência cidadã, está confiante de que a mostra interactiva será também um sucesso entre os ‘lisboetas’: “O plástico marinho é uma das formas de poluição que resultam do nosso impacto sobre o oceano e nem todas as suas consequências são fáceis de detectar: os poluentes químicos associados a alguns plásticos e a sua degradação em microplásticos não são visíveis quando vamos à praia. Esta exposição traz até nós, de forma simples e directa, tudo o que a ciência permitiu até hoje saber sobre o impacto do plástico no ! oceano. Porque os plásticos que voam na esplanada e caem ao chão vão parar ao oceano. O mar começa já aqui!”.
De acordo com Tiago Pitta e Cunha, CEO da Fundação Oceano Azul e administrador do Oceanário de Lisboa, parceiros da exposição, “nos últimos 10 anos produzimos mais plástico do que em todo o século XX. A cada minuto, um camião descarrega plástico no oceano. Este é um grande problema, que nos afecta a todos. Enquanto a ciência e a tecnologia trabalham para encontrar soluções para esta problemática, é também urgente uma mudança colectiva no nosso comportamento”.
O plástico é um componente essencial da nossa vida quotidiana e pode ser encontrado em objectos como embalagens, garrafas, brinquedos ou móveis. Mas como compatibilizar a preservação do meio ambiente e as necessidades da sociedade de forma equilibrada? A exposição é um convite a todos os visitantes para reflectirem sobre esta questão e desenvolverem soluções. Também serão apresentados projetos de ciência cidadã com foco em resíduos plásticos.
Microplástico já detectado nos nossos corpos
Estamos todos demasiado familiarizados com imagens de resíduos de consumo na praia e no mar: sacos de plástico rasgados e desbotados pelo sol e pela água, copos de café inadvertidamente deixados para trás na areia e garrafas de plástico a flutuar no mar. A maioria não é sequer visível a olho nu. O vento e as correntes marítimas transportam o microplástico, que é plástico partido em pedaços minúsculos por raios UV e ondas, para todos os mares do mundo. Muito deste plástico não se decompõe completamente, mesmo após centenas de anos. O microplástico age como um veneno para a flora e a fauna do oceano e já foi detectado nos nossos corpos.
A Ocean Plastics Lab foi criada pelo Ministério Federal alemão para a Educação e Investigação (BMBF), em colaboração com o Consórcio de Investigação Marítima Alemã (KDM) e com o apoio da Comissão Europeia e de outros parceiros nas áreas da ciência e da decisão política. Depois da inauguração em Turim, em Setembro de 2017, a exposição interactiva já esteve patente em Paris, Bruxelas, Washington, DC, Ottawa e Berlim. Cerca de 65 000 pessoas visitaram até agora a mostra, nas suas diferentes paragens.