A eurodeputada social-democrata, Lídia Pereira foi convidada pela UNDRR (Entidade das Nações Unidas para a redução do risco de desastres) para escrever o prefácio do mais recente relatório centrado nas políticas de prevenção que têm vindo a ser desenvolvidas e na identificação de lacunas em infraestruturas críticas na Europa e Ásia Central.
A eurodeputada que é atualmente a negociadora do Grupo do Partido Popular Europeu no Parlamento Europeu para o Plano de Recuperação nas questões relacionadas com o ambiente, sublinhou que “os danos provados em infraestruturas críticas na Europa devido às alterações climáticas ascendem a cerca de 9,3 mil milhões de euros por ano e espera-se que o valor aumente exponencialmente”, pode ler-se no comunicado enviado pelo PSD à imprensa.
O relatório publicado pela UNDRR alerta para potenciais riscos de desastres provocados pela ação humana ou decorrentes de causas naturais e aborda os efeitos das alterações climáticas sobre infraestruturas críticas.
Lídia Pereira salienta que “30% dos fundos mobilizados no âmbito do programa Next Generation EU serão afetados à adaptação e combate às alterações climáticas” e acrescenta que “os investimentos a realizar devem ter em consideração a aposta em infraestruturas críticas sustentáveis e resilientes” bem como “que muitas vezes as autarquias locais não têm acesso a recursos suficientes, capacidades ou da gestão de risco para desenvolver os planos e estratégias para a da resiliência urbana. É imperativo que a União apoie os Estados Membros e as autarquias a desenvolver planos de resiliência e de gestão de risco baseados numa visão de desenvolvimento sustentável de longo prazo.”
Octavian Bivol, diretor regional da UNDRR para o continente europeu alerta que “temos apenas 10 anos para conseguir cumprir o que todos concordamos necessário fazer para a redução de risco de desastres no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Segundo a UNDRR os desastres naturais decorrentes das alterações climáticas registaram um aumento de 80% desde o início do milénio e já terão vitimado cerca de 1,2 milhões de pessoas e afetado outros 4,2 milhões. A este respeito, Lídia Pereira recorda as 50 vítimas dos incêndios de outubro de 2017 em Portugal, que foram motivados “por uma vaga de calor tardia e ventos fortes provocados pela passagem do furacão Ofélia no norte da Península Ibérica”.