EUA e Índia unem esforços para que Acordo de Paris entre em vigor este ano
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, decidiram unir forças para que o acordo climático de Paris entre em vigor este ano, com o compromisso adicional de reduzir o uso de gases hidrofluorocarbonetos (HFC), e anunciaram progressos na cooperação nuclear. Em visita oficial a Washington dentro de uma viagem por cinco países, Modi foi recebido por Obama no Salão Oval e ambos participaram depois num almoço privado, no qual também estava o vice-presidente dos EUA, Joseph Biden.
Em declarações a jornalistas no final do encontro bilateral, Obama detalhou que falaram de como conseguir que o acordo climático de Paris, alcançado em dezembro do ano passado, entre em vigor “o mais rapidamente possível”. Em comunicado conjunto divulgado pela Casa Branca, os dois países “reconhecem a urgência da mudança climática e compartilham o objetivo de possibilitar a entrada em vigor do Acordo de Paris tão breve seja possível”. “Os Estados Unidos reafirmam o seu compromisso de aderir ao Acordo o mais breve possível este ano. Do mesmo modo, a Índia começou o seu processo para trabalhar rumo a esse objetivo partilhado”, acrescenta o comunicado.
Para que o Acordo de Paris entre em vigor é necessário que pelo menos 55 países que somem no total 55% das emissões poluentes globais completem o processo de ratificação. Os dois maiores poluidores do mundo, Estados Unidos e China, comprometeram-se numa cerimônia em abril nas Nações Unidas a completar esses processos este ano e, no caso de Pequim, antes da cimeira do G20 prevista para setembro.
A inclusão do compromisso de ratificação da Índia, o terceiro maior poluidor global, deixa mais perto o objetivo da entrada em vigor do pacto climático, cujo objetivo é manter o aumento da temperatura média mundial abaixo de 2 graus centígrados em relação aos níveis pré-industriais.
Por outro lado, EUA e a Índia anunciaram hoje um acordo paralelo para reduzir o uso dos HFC, utilizados em frigoríficos e sistemas de ar condicionado, devido aos graves efeitos de estufa.
Durante a reunião com Modi, Obama também lhe transmitiu o “apoio” dos EUA ao ingresso da Índia no Grupo de Fornecedores Nucleares (NSG, na sigla em inglês), o organismo que regula o comércio nuclear. Segundo o comunicado conjunto, Obama “reafirmou” perante Modi que a Índia “está pronta” para entrar no NSG, algo que inquieta países como a China. O NSG, do qual fazem parte 48 nações, foi criado em 1975, um ano depois da Índia efetuar explosões nucleares, e o país asiático pediu o ingresso neste organismo após o acordo indiano-americano para cooperação atómica civil em 2008. Todos os países-membros desta organização assinaram o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), algo a que a Índia se negou até agora.