ETAR: níveis elevados de estrogénio na água
Há estrogénios num nível de concentração considerado elevado nas águas dos efluentes das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), conclui uma investigação de Paula Fonseca, investigadora da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra (ESTeSC). A tese de doutoramento, publicada em livro que hoje é apresentado na ESTeSC, alerta para a necessidade de tratamento adequado das águas, uma vez que esta concentração elevada de estrogénios (naturais que são excretados via urina ou fezes, e sintéticos de anticoncepcionais ou terapias hormonais) constitui um problema de saúde pública, podendo conduzir a várias doenças, quer nas pessoas, quer nos animais.
O estudo da investigadora e docente incidiu sobre a análise de amostras de água recolhidas à entrada e saída de nove ETAR da região Centro para identificar a presença de quatro tipos de estrogénios. “Verificou-se que o nível de concentração destes na água, depois do tratamento, é considerado elevado e, portanto, pode ter efeitos nocivos”, segundo comunicado da investigadora. A mesma investigação de Paula Fonseca incluiu ainda o estudo de anfíbios machos em quatro rios junto de ETAR, bem como em dois grupos de controlo de águas não contaminadas, concluindo-se a existência de níveis de concentração de estrogénios mais mais elevados nos grupos experimentais do que nos grupos de controlo.