“Para onde irá a água suja que descarregamos nas nossas casas e na escola?”, esta foi uma das muitas questões colocadas pelos alunos da Escola Secundária Maria Lamas que na manhã de terça-feira visitaram a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Torres Novas.
Os estudantes do 11.º ano da turma B do curso científico-humanístico Ciências e Tecnologias ficaram surpreendidos com a dimensão da “Fábrica da Água” e com a simplicidade do processo de transformação de “esgoto” em água limpa devolvida à bacia do Almonda.
“A água sai mesmo transparente”, confessa surpreendida, uma das alunas junto da boca de descarga onde a água tratada na ETAR segue para um ribeiro a caminho da enorme Bacia Hidrográfica do Almonda que depois desagua no Tejo.
Outro caminho levam as lamas retiradas do esgoto que depois de secas, são encaminhadas em camiões para centro de valorização. As lamas deixaram de ser um problema e hoje são um recurso aproveitado para fortalecer as terras que irão dar hortícolas, milho, batatas, cereais e fruta.
Na ETAR de Torres Novas, “o sistema de tratamento consiste num processo de lamas ativadas por arejamento prolongado numa vala de oxidação. A montante da vala o efluente é sujeito a um pré tratamento, a uma estabilização e homogeneização. As lamas em excesso geradas no processo biológico, são sujeitas a desidratação com recurso a centrifuga”, explica Pedro Mourão responsável pelo equipamento.
A fábrica da água está equipada com um sistema de telegestão que permite o seu funcionamento sem a presença humana. “Sempre que há anomalias, são emitidos alertas para os colegas de prevenção”, adianta o técnico.
A ETAR de Torres Novas, emissário, estações elevatórias e redes de saneamento custaram mais de 4 milhões de euros. Com a entrada em funcionamento do equipamento foi dado um valioso contributo para a melhoria da qualidade da água da bacia do Rio Almonda e para o reforço da biodiversidade do Paul do Boquilobo, que integra a Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO.