A ETAR de Olhalvas teve, tem e terá um papel efetivo na melhoria da qualidade dos recursos hídricos e regeneração ambiental do Rio Lis. Esta é uma das conclusões de um estudo de avaliação da requalificação tecnológica da ETAR das Olhalvas à Águas do Centro Litoral (AdCL), realizado pelo Instituto Politécnico de Leiria (IPL).
Num nota divulgada à imprensa, a AdCL explica que esta investigação faz parte de um protocolo que surgiu da parceria entre a empresa, o IPL e a Câmara Municipal de Leiria. Com este estudo pretende-se “prestar Assessoria Técnica e Investigação Científica”, através da “capacidade técnico-científica” do IPL, na definição das “melhores metodologias e estratégias visando a requalificação e a modernização da estação de tratamento de águas residuais (ETAR) das Olhalvas”, a “mitigação do impacto que esta infraestrutura ainda tem no contexto em que se insere” e as “possibilidades de reutilização de parte da água tratada desta unidade”, numa perspetiva de “uso racional da água”.
Durante o último ano, a equipa do IPL composta por seis especialistas com experiência nos domínios do tratamento de águas residuais, da reutilização de águas residuais, da educação ambiental e da comunicação, acompanhada por profissionais da AdCL, analisou a eficiência do tratamento e os principais parâmetros indicadores da qualidade, nomeadamente CQO, CBO5, SST, NTotal e PTotal. Esta análise, lê-se no comunicado, evidenciou o “bom funcionamento e eficiência” da ETAR. Além desta análise, foi desenvolvida uma campanha de monitorização das águas superficiais da bacia hidrográfica do rio Lis, a montante e jusante da ETAR, entre outubro de 2020 e abril de 2021.
Como conclusões, destaca-se o “bom funcionamento da ETAR das Olhalvas”, que cumpre a licença de descarga (LURH) atribuída. Contudo, e devido às características do meio recetor, que tem uma baixa capacidade de autodepuração, e no que respeita aos limites de nutrientes, o estudo sugere algumas medidas de otimização para reduzir esses valores, como por exemplo, a “instalação de instrumentação de medição e controlo de oxigénio dissolvido em contínuo nos tanques de arejamento” ou a “introdução de um processo de precipitação química por adição de cloreto férrico após tratamento biológico, para melhor remoção de fósforo ou ainda a introdução de um processo de tratamento terciário”. Estas propostas, segundo a AdCL, serão analisadas, nomeadamente a nível da sua viabilidade técnico- financeira para posterior pedido de aprovação pela Secretaria de Estado do Ambiente e sequente desenvolvimento de projetos e procura de cofinanciamentos.
Outra consideração importante apontada pelo estudo é a relação entre o caudal e cargas poluentes afluentes à ETAR e a pluviosidade mensal, pelo que o seu funcionamento e consequente uniformidade do efluente, beneficiariam de um melhor conhecimento da rede de coletores de águas residuais do sistema de saneamento em “baixa”, do controlo de ligações indevidas de águas pluviais e da verificação do seu estado de conservação. Estando estas redes fora das infraestruturas sob gestão da AdCL, o estudo recomenda a importância de um diálogo com as diferentes entidades gestoras do sistema em “baixa” e atuação conjunta.
O relatório já divulgado, apresentou ainda um Plano de Comunicação para a ETAR das Olhalvas, inspirado num caso espanhol, propondo que toda a comunicação seja Through the Line, numa dinamização integrada e global, articulando as ferramentas tradicionais (rádio, imprensa, oudoors, etc.) com as ferramentas digitais (homepage, newsletter, redes sociais) e com os eventos e ações promovidas, visando uma comunicação integrada e colaborativa com a população.