O centro de Investigação & Desenvolvimento da L’Oréal e o Centro Científico do Mónaco (CSM) desenvolveram um estudo para avaliar, com precisão, o impacto dos produtos de proteção solar nos corais. O estudo revela que os corais expostos 5 vezes por semana a 5 filtros UV utilizados em cosméticos, retêm totalmente as suas capacidades fotossintéticas, mesmo quando os filtros são testados em concentrações muito acima das medidas em ambiente marinho.
Os resultados do estudo “Resposta fotoquímica do coral the scleractinian coral Stylophora pistillata a alguns ingredientes de protetores solares” foram recentemente publicados em “Coral Reefs”, o jornal científico de referência nesta área e pode ser consultado aqui.
O estudo baseou-se na medição de um dos parâmetros-chave que provoca o branqueamento dos recifes de coral, a fotossíntese das microalgas que vivem em simbiose com os corais. Em várias regiões do globo, os corais estão a sofrer episódios preocupantes de branqueamento, caracterizados pela perda das microalgas que vivem em simbiose com eles.
Em grande medida, a comunidade científica de especialistas em recifes de coral atribui este branqueamento ao aquecimento global. Recentemente, os filtros UV têm sido acusados de terem um impacto negativo nos corais e de causarem o seu branqueamento. Logo, foi importante realizar um estudo científico para medir esse impacto com precisão.
Os investigadores do CSM desenvolveram um teste em laboratório, em corais em cultura da espécie Stylophora pistillata. Em luz e condições de temperatura controladas em água do mar natural, o modelo pode ser utilizado para avaliar com rigor o impacto de qualquer molécula que possa contaminar os recifes de coral.
Durante o estudo, os investigadores do CSM expuseram os corais a concentrações cada vez mais superiores de filtros UV, desde as concentrações máximas encontradas no mar em zonas turísticas até concentrações 10 mil vezes superiores. Os principais filtros UV utilizados nos produtos de proteção solar da L’Oréal foram testados, através da medição da atividade fotossintética das microalgas simbióticas que vivem nos corais. Após 5 semanas de contacto, os resultados mostram que estes filtros orgânicos não têm qualquer efeito nocivo sobre o coral, mesmo em concentrações superiores ao limite da sua solubilidade. Estes 5 filtros UV orgânicos utilizados em cosméticos não afetaram negativamente a fotossíntese das algas simbióticas, ao contrário de alguns pesticidas conhecidos pelo seu rápido impacto negativo sobre a sobrevivência destas microalgas.
“Este foi o primeiro estudo a desenvolver um teste replicável com recurso a um parâmetro central na fisiologia do coral – que é bastante sensível a perturbações ambientais – a atividade fotossintética das algas que vivem em simbiose com o coral. Estas algas são essenciais para a vida dos corais hospedeiros. Este teste, atualmente aplicado a produtos cosméticos, pode ser utilizado para avaliar a toxicidade de qualquer tipo de molécula”, afirma Denis Allemand, diretor científico do CSM.
A proteção contra o cancro da pele é uma questão de saúde pública central, uma vez que o número deste tipo de cancro quase que duplicou nos últimos 20 anos. A L’Oréal R&I está, há muitos anos, dedicada a investigar produtos de proteção solar inovadores e eficazes mas ao mesmo tempo, tem tido um grande cuidado na garantia da segurança ambiental dos seus produtos, tanto em ambientes de água salgada como de água doce.
“O desenvolvimento deste novo teste é parte da abordagem global iniciada pela L’Oréal R&I há mais de 15 anos e que procura assegurar a segurança ambiental dos produtos que comercializamos”, afirma Laurent Gilbert, responsável de Inovação Sustentável da L’Oréal R&I.
A L’Oréal R&I continua a demonstrar a sua dedicação no desenvolvimento de produtos que respeitem o ambiente marinho através da colaboração com o CSM e a TARA Foundation 2.