48,9% das pessoas consideram que ciclovias prejudicam a mobilidade na Avenida Almirante Reis, diz estudo

Um estudo do INTEC – Instituto de Tecnologia Comportamental, designado “Relatório de Avaliação de Satisfação da Qualidade do Espaço Público”, concluiu que 48,9% dos residentes e não-residentes consideram que as ciclovias, ao longo da Avenida Almirante Reis, prejudicam a mobilidade. 

O estudo, realizado no âmbito do projeto HQPS – High Quality Public Spaces, procura identificar os principais fatores que contribuem para a melhoria da qualidade de vida nesta artéria da cidade de Lisboa, avaliar o grau de satisfação de diferentes utilizadores com as características atuais da avenida, fomentar a participação dos cidadãos na avaliação e transformação dos espaços públicos e fornecer informação aos vários stakeholders relevantes para o espaço público, designadamente aos seus utilizadores e gestores.

As pessoas consideram, no geral, que a mobilidade neste espaço é boa, com 93% dos inquiridos a concordarem que é fácil chegar à avenida e com 94% a afirmarem que é fácil deslocarem-se para outros locais a partir da avenida. Já 72% dos inquiridos consideram que é um espaço para pessoas com estilos de vida e personalidades diferentes e 70% dos inquiridos consideram que é um espaço com elevada tolerância à diferença.

Os dados revelam ainda que 69% dos inquiridos consideram que o número de lugares de estacionamento é insuficiente e além disso, quase 50% dos inquiridos consideram que a existência de ciclovias ao longo da Avenida prejudica a fluidez do tráfego rodoviário e dos transportes públicos. Ao nível do ambiente, 72% dos participantes veem a Avenida como um local pouco ou nada despoluído e mais de metade consideram que o nível de ruído não é aceitável.

Os investigadores dividiram, também, o estudo em dois segmentos: entre o Areeiro e a Praça do Chile e entre a Praça do Chile e o Intendente. No segmento Areeiro – Praça do Chile, os inquiridos consideram que existe uma boa iluminação, bem como uma maior perceção de que o espaço contribuiu para o bem-estar e que é um espaço de qualidade, em que existem mais zonas verdes e em que a mobilidade de pessoas e transportes públicos é mais facilitada. Já no segmento Praça do Chile – Intendente, as opiniões que se destacam são mais negativas e prendem-se com o facto de os inquiridos terem a perceção de que existe menos ar puro e que é um local menos despoluído.

Relativamente aos fatores que influenciam mais ou menos o bem-estar, o estudo revela que são os seguintes: a ligação ao espaço, o prestígio/status do local, os serviços disponibilizados e a tolerância à diferença. A despoluição é outro fator que contribui para o bem-estar, no entanto, necessita de ser mais trabalhado, tendo em conta que mais de metade dos participantes consideram que a Avenida é pouco despoluída.

Existem outros fatores que contribuem para o bem-estar e que são apontados de forma positiva no estudo, mas que não têm tanta influência, como é o caso da mobilidade incoming/outcoming, do acesso ao espaço, iluminação, dimensão e zonas verdes.