A região do Algarve tem vindo a sofrer, ao longo dos últimos anos, ciclos de seca prolongada associada a uma situação de escassez hídrica já considerada estrutural, resultando numa diminuição dos volumes de água armazenada nas várias origens disponíveis, estando esta situação a ser monitorizada pela Agência Portuguesa do Ambiente, pela Águas de Portugal e pelas Águas do Algarve.
Por forma a minimizar esta situação, diversos estudos apontam para o recurso à dessalinização de água do mar como uma das medidas estruturais possíveis para o reforço da capacidade de produção de água. Esta opção integra o conjunto de medidas que corresponde igualmente a uma necessidade estratégica ligada às disponibilidades e reservas de água na região, tal como identificado no Plano Regional de Eficiência Hídrica da Região do Algarve e contemplado na Componente C09 do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na Submedida 6 – Promover a dessalinização de água do mar, cujo beneficiário direto é a Aguas do Algarve.
Tratando-se de um projeto sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental, este foi submetido pela Águas do Algarve em julgo deste ano à Autoridade de AIA (APA), já tendo passado pela fase de apresentação e envio de informação adicional solicitada pela Comissão de Avaliação. Desta forma, em outubro foi obtida a decisão de conformidade do EIA, estando agora o estudo disponível para consulta pública até 19 de dezembro.
Recorde-se que a construção da Dessalinizadora do Algarve prevê um investimento de cerca de 90 milhões de euros, de forma a responder ao problema da seca, aumentando a resiliência dos recursos hídricos, através de um acréscimo das disponibilidades hídricas e da ligação entre sistemas em alta, em cerca de 16 hm3/ano.