Estudo conclui que esforço económico em zonas balneares portuguesas é subvalorizado
A aposta na melhoria de algumas zonas balneares nacionais, com diferentes naturezas e usos, levou a benefícios socioambientais de 25 a 55 milhões de euros que não foram reconhecidos pela economia, revela um estudo promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa em seis municípios portugueses. As conclusões do estudo “O Lado Verde da Bandeira Azul” foram apresentadas esta terça-feira, na Fábrica de Água de Alcântara, em Lisboa, sede da Águas do Tejo Altântico, empresa do grupo Águas de Portugal (AdP).
Os autores, Nuno Oliveira e João Soares, explicam que este projeto, pioneiro em Portugal e na Europa, pretende “valorar, em termos económicos, os benefícios socioambientais”, fruto de um “esforço de investimento que tem sido feito nas últimas décadas na promoção de bens e serviços públicos de cariz ambiental”. Este estudo mostra também a importância de promover o “diálogo sobre o valor dos bens e serviços que ficam fora do mercado”.
O desenvolvimento deste estudo contou com a participação dos municípios de Macedo de Cavaleiros, Matosinhos, Mira, Figueira da Foz, Torres Vedras e Loulé. Contou ainda com o apoio de uma comissão de acompanhamento, nomeadamente a Agência Portuguesa do Ambiente, a AdP, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o Turismo de Portugal, o especialista em assuntos de economia do mar Miguel Marques, a Área da Economia do Mar e a Secretaria Regional de Ambiente e do Mar dos Açores.
“Foi feito muito trabalho e investimento”
O presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico, António Frazão, aproveitou a ocasião para lembrar algumas metas traçadas para o futuro. Entre as prioridades, destaca a manutenção preventiva para garantir “o bom funcionamento”, mas diz também que “temos de otimizar, melhorar a telegestão e formar melhor as pessoas”.
“Foi feito muito trabalho e investimento”, falava o presidente da Águas do Tejo Atlântico, acrescentando que os resultados começam a ser visíveis. “Estamos numa fase nova que é a de manter, melhorar e pensar na sustentabilidade do trabalho feito para uma economia verde”, afirmou.
Sobre as medidas adotadas nas atuais 104 fábricas de água existentes, António Frazão informou que vão procurar “reduzir custos ao nível da energia, aproveitar sub produtos – lamas, azoto e fósforo – e apostar muito em águas recicladas”. “O problema das alterações climáticas está em cima da mesa”, garante o presidente que reconhece “grandes implicações ao nível das redes de saneamento, não só devido a entradas de marés, mas também ao nível das águas fluviais”.
A Águas do Tejo Atlântico é responsável pela gestão e exploração do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da Grande Lisboa e Oeste.