De acordo com um estudo levado a cabo por Miguel Amorim, engenheiro civil e morador no Parque das Nações, Lisboa, após recolha de amostras do solo, há valores acima dos níveis normais que levam à classificação dos resíduos como perigosos. A notícia é avançada hoje pelo jornal Público, que afirma que esta análise levanta dúvidas sobre as avaliações feitas que constam dos alvarás de construções novas como a de um hotel, prédios de habitação e uma escola.
As obras onde os solos, segundo o estudo, revelaram níveis elevados, decorrem nas avenidas D. João II, Fernando Pessoa, Ulisses, Praça Príncipe Perfeito, na Rua Mário Botas (nestas um hotel e apartamentos para habitação) e na Rua Gaivotas em Terra (nesta um agrupamento escolar).
Miguel Amorim sublinha que o licenciamento das obras tem como objetivo a remoção e confinamento de resíduos não contaminados, contaminados não perigosos e contaminados perigosos. Todavia, o Público salienta que as “amostras analisadas para um largo espetro de substâncias indicam que foram encontrados valores acima dos patamares que levam à classificação como perigosos os resíduos naqueles locais”, o que levanta dúvidas sobre “as avaliações feitas e que constam dos alvarás que autorizam aquelas construções”.
Na verdade, já em junho de 2019, a associação ambientalista Zero afirmou que tinha sido descoberto “um novo depósito de resíduos com hidrocarbonetos” perto do Hospital CUF Descobertas. Porém, a associação foi mais longe e considerou que a descontaminação dos terrenos da zona do Parque das Nações “foi uma fraude”.