Desde as 7h30 da manhã, um conjunto de estudantes estão a obstruir todas as entradas do edifício onde iria decorrer a reunião Conselho de Ministros. Em comunicado, este grupo de estudantes reivindica que “o Governo devia estar em emergência climática”, devendo estar a reunir todas as semanas para “criar os planos compatíveis com a ciência permitem travar a crise e assegurar um futuro: o fim ao fóssil até 2030, e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, fazendo deste o último inverno de gás em Portugal”.
De acordo com a porta-voz desta ação, Beatriz Xavier, estudante de 19 anos, “o Governo e as instituições estão a falhar-nos miseravelmente. A cada ano a crise climática fica pior. Mesmo assim, o Governo continua em pleno negacionismo climático”. Citando o secretário-geral da ONU, António Guterres, a porta-voz reitera: “Meias medidas não impedirão o colapso climático total”.
No mesmo comunicado, este grupo defende que para garantir o fim aos combustíveis fósseis até 2030 com uma “transição justa” é necessário que a eletricidade do país seja 100% renovável e acessível até 2025, “o que significa que este tem de ser o último inverno em que utilizamos gás fóssil – a sua principal fonte – para a produzir”.
“Já faltámos a aulas e a exames, já fomos detidas, já sacrificámos muito, mas não podemos continuar a estudar para um futuro que nos está a ser roubado pelo governo, marioneta dos lucros das empresas fósseis”, declara Beatriz Xavier.
Está marcada para esta sexta-feira, 15 de setembro, a marcha global pela justiça climática, com início às 10h na Cidade Universitária e com o mesmo lema de “último inverno de gás”. Os ativistas garantem que este é só o início, e prometem organizar escolas e universidades para “não dar paz ao governo” durante este semestre caso este não atenda às suas reivindicações e “garanta um futuro”.