O ministro do ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse esta terça-feira que estão a ser feitas novas análises às 2700 toneladas de lixo importado de Itália para Setúbal, mas garantiu que não há razão para ser considerado perigoso, avança hoje o Público.
Foi decidido que os resíduos “não fossem espalhados” e a Inspeção Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território “solicitou que, através de um laboratório acreditado, fossem feitas análises” mais específicas à sua composição, explicou o governante. Os resultados deverão ser conhecidos na sexta-feira. Serão também efetuadas “análises de caracterização física”, cujos resultados deverão estar prontos dentro de “uma a duas semanas”, acrescentou.
O ministro do Ambiente esteve esta terça-feira na Assembleia da República a pedido do Partido Ecologista Os Verdes (PEV). “Não há razão para considerar [que estes são] resíduos perigosos e esta só não é uma situação normal porque o Estado foi mais além e resolveu fazer análises suplementares”, salientou.
Depois de vários setores terem manifestado a sua preocupação com a possibilidade de os resíduos terem características perigosas, o Ministério do Ambiente anunciou que as análises apresentavam “eventuais irregularidades”, pelo que a sua deposição num aterro em Setúbal ficaria suspensa até todas as dúvidas serem “cabalmente esclarecidas”.
Para Heloísa Apolónia do PEV “é preocupante” que se aceitem os resultados indicados pelo país de origem e só sejam realizadas análises quando há comentários públicos ou polémica. “A Agência Portuguesa do Ambiente confiou nas análises feitas pelas entidades italianas, a inspeção do ministério detetou eventuais irregularidades e resíduos ficaram detidos”, referiu a deputada. “Quando o tratamento de resíduos é guiado pela palavra ‘lucro’ alguma coisa começa a revelar”.