O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, em entrevista ao Negócios, revê a atual situação no setor da energia em Portugal. Desde as polémicas rendas de energia às críticas do presidente da EDP à tarifa social foram passados em revista vários temas.
No que diz respeito à tarifa social da energia, “este programa já está a ser implementado, os beneficiários vão começar a ser informados, tal como as empresas”. O ministro revela que “não temos nenhuma má relação com as empresas de energia, temos uma boa relação. (…) A tarifa social estava nos contratos e naturalmente tem um custo. (…) Eu percebo a posição do presidente da EDP, mas se quiséssemos rever todos os contratos… estou aberto a isso. Se calhar não seria demasiado favorável, se alguns contratos fossem feitos de novo, se calhar também não seriam tão favoráveis à empresa. Outros seriam mais favoráveis. Tal como o Estado tem de cumprir obrigações contratuais, a EDP também tem, mesmo que essas obrigações tenham custos”.
Relativamente à revisão das rendas de energia, Manuel Caldeira Cabral afirmou que “estamos muito atentos e a trabalhar na revisão de todos esses contratos. (…) E estamos numa negociação, num trabalho construtiovo, com as várias empresas do setor, identificando-se custos que são injustificados, no sentido de que o interesse público e dos consumidores prevaleça”.
O governante abordou também as interligações com Marrocos: “o isolamento de Portugal faz com que quando Portugal tem maior produção de energias renováveis fique com excesso de produção e não tenha por onde escoar. Alargando o nosso espaço, poderíamos nesses picos de oferta, de produção, escoar parte da energia para Marrocos.”