Os Estados Unidos estão a aproximar-se de uma nova crise no setor agrícola. Só que desta vez as consequências poderão ser trágicas, face aos indicadores mais recentes, refere hoje o Vida Económica. Desde logo, em breve haverá menos de dois milhões de unidades agrícolas naquele país. A sobreprodução de cereais, a nível global , está a provocar a falência em catadupa de milhares de agricultores norte-americanos.
Os próximos anos tendem a resultar na maior vaga de falências, desde os anos oitenta. Ainda este ano, o rendimento dos agricultores deverá registar nova quebra de 9%. A realidade é que já não há quem semeie apenas cereais. Não se trata apenas de diversificar a produção, o que está a suceder é que muitos agricultores estão a enveredar por um segundo emprego. Ou abandonam a agricultura definitivamente.
É um facto que a atividade agrícola nunca teve uma trajetória linear, só que atualmente as variações são mais acentuadas e menos previsíveis. A agricultura também se globalizou com vários países a aumentarem as produções para a exportação.
A estrutura latifundiária tem por mudanças. A realidade é que as operação em larga escala representam, neste momento, metade da produção agrícola dos Estados Unidos. Entretanto, a Rússia passou do maior importador de trigo do mundo para maior exportador. Por sua vez, o dólar forte também permite que os agricultores de alguns países reduzam os seus preços no sentido de uma maior competitividade nos mercados internacionais. Em contrapartida, os agricultores norte-americanos saem penalizados com esta situação.