Estados membros da UpM juntos na descarbonização do sistema energético
Decorreu esta segunda-feira, em Lisboa, a Reunião Ministerial sobre Energia. Organizada pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, a 3ª Conferência Ministerial sobre Energia da União para o Mediterrâneo (UpM) foi co-presidida por Hala Zawati, ministro da Energia e dos Recursos Minerais do Reino Haxemita da Jordânia, e por Kadri Simson, comissária europeia da Energia, em representação da União Europeia. A sessão contou também com a presença de Nasser Kamel, secretário-geral do Secretariado da UpM.
Segundo um comunicado divulgado à imprensa, da reunião resultou uma “Declaração Ministerial” conjunta, na qual todos os Estados membros da UpM se comprometeram a “unir esforços para a resolução dos desafios energéticos da região e a promover uma recuperação sustentável e inclusiva face à pandemia da Covid-19”. A Declaração Ministerial eleva assim a ambição regional de contribuir para uma “transição energética verde, justa e equitativa” e promove o “aproveitamento de oportunidades existentes, em linha com os objetivos climáticos”, precisa a nota.
“Tenho o prazer de me reunir hoje com os Ministros da Energia da União para o Mediterrâneo para discutir desafios comuns no domínio da energia, como a promoção da energia a partir de fontes renováveis, a eficiência energética e unir esforços para a descarbonização do sistema energético. Com o evento de hoje, reforçamos o compromisso de acelerar as mudanças necessárias para avançarmos rumo a economias e sociedades mais sustentáveis e eficientes”, disse João Pedro Matos Fernandes.
Kadri Simson, comissária para a Energia, considera que o momento atual é crucial na luta contra a crise climática: “Sem mudança de política, a região mediterrânica estará 2,2 graus mais quente em 2040 do que hoje em dia. Para limitar o aquecimento global, precisamos urgentemente de ser mais eficientes em termos energéticos, aumentando ao mesmo tempo a utilização de energias limpas em todos os setores, incluindo os transportes, a indústria e os sistemas de aquecimento e arrefecimento. A declaração hoje aprovada envia um sinal forte e mostra a vontade da região de trabalhar em conjunto para uma transição energética limpa”.
Sobre a Declaração Ministerial, Hala Zawati, ministra da Energia e Recursos Minerais do Reino Haxemita da Jordânia, acredita que “será um catalisador fundamental para reforçar a cooperação entre os nossos Estados-Membros. Ajudar-nos-á a concretizar a nossa visão coletiva de expandir o alcance das energias renováveis e da eficiência energética. Reforçará igualmente a cooperação em intercâmbio de eletricidade e fornecimento estável de gás natural em toda a região da Bacia do Mediterrâneo Norte e sul”. Com esta declaração, o desejo é que “ajude a promover um crescimento equitativo e sustentável que se traduza diretamente na recuperação pós-pandemia”, refere.
Nasser Kamel, secretário-geral da UpM, disse: “A UpM está plenamente consciente da urgência dos desafios climáticos que o Mediterrâneo enfrenta atualmente e da necessidade premente de estabelecer formas de cooperação e colaboração regional de forma a resolvê-los. Hoje, os países da UpM reafirmaram o seu objetivo comum e o seu compromisso conjunto para impulsionar uma transição justa e sustentável, que promova economias e sociedades circulares, com baixas emissões, inclusivas, eficientes e resilientes.”
As principais prioridades da região enfatizadas na Declaração incluem: a integração gradual de sistemas e mercados energéticos, ao mesmo tempo que se assegura a procura e a oferta de energia; o reforço de interconexões de eletricidade e redes inteligentes; uma promoção ambiciosa de eficiência energética; a necessidade de tomar ações apropriadas para atração de investimento privado em renováveis sustentáveis e em eficiência energética; o papel da pesquisa e desenvolvimento, da inovação e da digitalização no apoio à transição para economias e sociedades justas, inclusivas, resilientes e com baixo teor de carbono e eficiência de recursos.
A Declaração dá ênfase ao apoio às Plataformas de Energia da UpM, o principal fórum de diálogo na região, e prevê a elaboração de um plano de ação estratégico, que irá incluir atividades concretas para implementar os objetivos da declaração: a Plataforma Regional do Mercado de Eletricidade da UpM, a Plataforma para as Energias Renováveis e para a Eficiência Energética da UpM e a Plataforma de Gás da UpM.