Esta espécie parece inofensiva mas está a ameaçar o biodiversidade local no Gerês
O visão-americano, uma espécie invasora que ameaça a biodiversidade local, já foi detetado em todos os rios abrangidos pelo projeto STOP| VISON desenvolvido pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural em áreas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, nomeadamente o Vez, Froufe, Peneda, Adrão e Castro Laboreiro, assim como noutros cursos de água e afluentes das imediações, como o rio Mouro e a ribeira de Varziela. Há ainda registos da espécie no rio Caldo e no rio Fafião.
Estes dados, obtidos pela equipa do projeto, em colaboração com atores locais, são inéditos para o público em geral e para a comunidade científica e revelam a dimensão do problema representado pela expansão desta espécie e efeitos negativos na fauna nativa, bem como a necessidade de desenvolver um plano de controlo do visão-americano no único Parque Nacional existente em Portugal.
O projeto tem como objetivos principais promover o controlo ativo do visão-americano na bacia do rio Lima e a melhoria do seu estado ecológico, bem como favorecer o habitat das espécies aquáticas e semi-aquáticas listadas nos anexos das Diretivas Aves e Habitats da União Europeia. Pretende igualmente sensibilizar as populações locais sobre os impactos negativos do visão-americano na fauna nativa e envolvê-las de forma ativa, bem como melhorar o estado do conhecimento sobre a distribuição e estimativas populacionais desta espécie no Parque Nacional da Peneda-Gerês, Zona Especial de Conservação Peneda-Gerês e Zona de Proteção Especial Serra do Gerês, integradas na Rede Natura 2000.
Por que razão o visão-americano é um problema?
O visão-americano é uma espécie nativa da América do Norte (Estados Unidos e Canadá). Em Portugal, esta espécie foi introduzida e é considerada invasora, representando uma ameaça para a biodiversidade do país e o equilíbrio dos ecossistemas
Este animal exerce atividade predatória sobre espécies nativas e compete com predadores autóctones, como o toirão e a lontra. O seu impacto predatório é mais nocivo sobre várias espécies autóctones de mamíferos e aves, alguns com estatuto de ameaça elevado, como a toupeira-de-água, o musaranho-de-água e a rata-de-água. Também preda espécies de peixes ameaçadas, como a enguia-europeia, a lampreia-marinha e o salmão-do-atlântico.