Sob a presidência do secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, decorreu, esta quinta-feira, no Auditório Municipal de Esposende, a cerimónia de assinatura de protocolos no âmbito da cogestão do Parque Natural Litoral Norte (PNLN).
Tendo em conta que Esposende foi o primeiro município a manifestar a aceitação deste modelo de gestão das áreas protegidas, o secretário de Estado afirmou que o ato tratou de “fazer justiça”, atendendo à consciência ambiental da Câmara Municipal de Esposende e ao trabalho de cooperação que vem desenvolvendo com o Parque Natural Litoral Norte. A cogestão concretiza-se com o envolvimento do Município, de Organização Não Governamental do Ambiente (ONGA) e da Academia, em articulação com o ICNF, assinalou.
O governante notou que “existe uma consciência ambiental completamente diferente, sendo as áreas protegidas encaradas como uma oportunidade e não como um ónus sobre terras privadas, como sucedia outrora. Neste contexto, o PNLN pode ser um ativo também na perspetiva do Turismo Ambiental, vincou, considerando que importa valorizar cada vez mais esse capital”.
A cogestão das áreas protegidas marca uma nova era do ICNF -Instituto de Conservação da Natureza e Florestas , com o reforço de recursos humanos e investimento em novos equipamentos, revelou João Paulo Catarino. Destacando o “trabalho extraordinário e muito meritório” da autoridade nacional para as áreas da conservação da natureza, da biodiversidade e das florestas, referiu que importa ter “uma autoridade capaz, que responda, mas que consiga trabalhar em parceria”.
Atendendo à vasta área do território concelhio inserida no Parque Natural Litoral Norte, o município de Esposende considerou “vantajoso e de extrema importância” a cogestão, afirmou o presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, que passa agora a intervir, de forma mais direta, na gestão desta área protegida. O autarca acredita que esta “nova estratégia de governança”, que assenta na conjugação de recursos, tanto financeiros, como humanos ou mesmo estratégicos, permitirá dar uma resposta mais célere e todas as necessidades e expetativas relacionadas com o Parque Natural, assumidamente um ativo fundamental para o Município e que configura uma das imagens de marca que diferencia o concelho pela positiva.
“Não tenho dúvidas que conseguiremos fazer deste Parque Natural um exemplo a seguir, tomando boas decisões no que toca à valorização, preservação e gestão dos valores ambientais” afirmou Benjamim Pereira, lembrando o empenho e trabalho na salvaguarda dos valores ambientais do concelho, de que são exemplo o OMARE – Observatório Marinho de Esposende e o projeto das Redes Fantasma E-redes.
Uma mais-valia para o território e não um entrave ao desenvolvimento, é como o presidente da Câmara Municipal encara o PNLN, do qual pretende fazer “um exemplo a seguir”. Certo de que hoje existe uma diferente consciência ambiental, Benjamim Pereira encara o futuro com otimismo e acredita que a cogestão vem dar corpo a esta nova forma de encarar a preservação do ambiente, mais concretamente das áreas protegidas”.
Também a diretora regional da Conservação da Natureza e Florestas do Norte do ICNF manifestou satisfação perante a formalização da cogestão do PNLN, considerando este “um dia memorável e muito importante”. Sandra Sarmento afirmou que “o Parque Natural do Litoral Norte é um exemplo de boas relações que temos instituído com o Município”. Salientou a disponibilidade da autarquia na adesão a este novo modelo de gestão e destacou a colaboração do Município com o Parque Natural.
Para a responsável, a cogestão é vantajosa, na medida em que agrega várias entidades na defesa e valorização da natureza e do desenvolvimento sustentável. Esta estratégia assenta no equilibro entre os valores da conservação da natureza e as potencialidades desta área protegida, nomeadamente o turismo, a agricultura e a pesca, numa ótica de valorização do território.
Esta estratégia que agora se consolida revela-se como um contributo fundamental para aquilo que o Município há muito vem defendendo, traduzindo-se num verdadeiro conceito e contributo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O protocolo de colaboração técnica e financeira foi assinado entre o Fundo Ambiental, o Município de Esposende e o ICNF para promoção do cogestão no Parque Natural Litoral Norte, e um protocolo de colaboração estratégica entre o ICNF e o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).