Decorreu no passado dia 15 de dezembro, em Lisboa, o XII Encontro Nacional de Gestão de Resíduos. Promovido pela APEMETA (Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais), este encontro teve como tema principal “A Recuperação e Resiliência”, reunindo no Auditório do Metro do Alto dos Moinhos, um conjunto de especialistas ligados ao setor dos resíduos.
Foi precisamente na “resiliência” que Paulo Praça, presidente da Direção da ESGRA – Associação para a Gestão de Resíduos, se centrou para sublinhar que o setor dos resíduos tem essa característica: “Foi, em particular, resiliente perante o período da pandemia, foram dois anos muito difíceis, em que o setor foi até chamado a ser agente de saúde pública, e nesse contexto, ficamos com uma mágoa de que nunca tivemos qualquer apoio financeiro”.
Mas não foi só em tempos pandémicos: “Voltamos a ser muito resilientes no contexto de agravamento de preços, os combustíveis, a energia, estamos todos a fazer conta à tarifa, qual vai ser a tarifa para 2023, como vamos suportar, como é que os municípios vão suportar”, sublinhou.
Outro exemplo de resiliência enunciado por Paulo Praça prende-se com o POSEUR, onde está explícito que faltam executar 120 milhões até 2023: “Da parte dos SGRUs e dos sistemas e das entidades beneficiarias em geral há um total empenho para que isso aconteça, agora a conjuntura, não tem sido nada fácil, nem favorável para essa boa execução dos fundos comunitários”.
Em matéria da contratação pública, o presidente da Direção da ESGRA afirmou tratar-se de “uma matéria que muitas vezes somos obrigados a pensar sobre ela, que não somos um setor especial e temos de cumprir toda a formalidade e exigência”, sendo que, “muitas vezes estamos á espera de regulamentações, como uma já famosa portaria que se aguarda desde maio e que nos pode dar uma orientação sobre a forma de regulamentar a revisão de preços”.
Olhando à recuperação, o responsável reconhece o trabalho e os desafios que estão pela frente, assegurando que “vamos trabalhar na recuperação e devemos todos trabalhar de forma empenhada. Temos um conjunto de vastos desafios, temos de os recuperar rapidamente, temos de andar rápido”.
Os desafios dos biorresíduos, os fundos comunitários num novo formato descentralizado ou regionalizado, o comportamento dos cidadãos, a digitalização, resíduos não urbanos, a economia circular ou os desafios para os operadores privados foram alguns dos temas que estiveram em destaque neste Encontro e, que, para Paulo Praça, são de extrema importância para o que o futuro que se segue: “Temos todos muito caminho para trilhar”.
Fonte: APEMETA