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A ESGRA vai reforçar a Campanha de Recomendações que publica na sua página de facebook com mais conteúdos sobre a gestão doméstica dos resíduos urbanos em contexto de pandemia COVID-19.
Esta campanha, que começou em março, visa partilhar com a população em geral conselhos práticos e pedagógicos sobre o tratamento quotidiano dos resíduos, abordando temas como a prevenção da sua produção, o aproveitamento de materiais e a sua separação e deposição nos contentores/ecopontos/ecopilhas. A intenção máxima é a de explicar e contextualizar a questão dos resíduos, ajudando as populações a, entendendo como funciona o sistema, alterarem os seus comportamentos, adotando uma atitude mais sustentável.
A campanha começou com uma série de conselhos para capacitar os cidadãos com informação útil para lidar com os constrangimentos criados pelas regras de contenção da pandemia, como a gestão doméstica dos resíduos de doentes, o confinamento e as alterações de rotinas de recolha, entre outras.
Agora, com o advento do inverno e da probabilidade de uma segunda vaga de COVID-19, a ESGRA vai reforçar os conselhos aos cidadãos, para facilitar a gestão dos resíduos em ambiente doméstico e, também, em pequenos negócios/comércios.
Porquê fazer esta Campanha
No decurso da sua atividade, a ESGRA contata todos os dias com situações que permitem avaliar hábitos e atitudes e vem verificando que continua a haver grandes falhas no que toca à educação ambiental dos cidadãos relativamente à questão dos resíduos.
Além da necessária informação e consciencialização para as temáticas da deposição, recolha e tratamento dos lixos, há uma enorme lacuna quanto à capacitação das populações para os comportamentos corretos a adotar no início do ciclo dos resíduos, isto é, quanto às formas de evitar produzir resíduos que, depois, vão encher as estações de tratamento e os aterros, que tanto transtorno dão aos cidadãos.
Assim, a ESGRA decidiu implementar este projeto de comunicação e educação para os resíduos, através das redes sociais, na tentativa de habilitar as populações com informação clara e concreta sobre procedimentos úteis para reduzir a produção de resíduos e para, relativamente aos que não são possíveis de evitar, fazer o seu tratamento correto.
Esse projeto, chamado Campanha de Recomendações, foi materializado através de publicações periódicas na página de facebook da ESGRA (www.facebook.com/egsra/), coincidindo com o início do período de confinamento.
A escolha deste timing teve em conta dois aspetos: por um lado, os cidadãos iam estar “fechados” em casa e mais sensíveis à temática, até porque a produção de resíduos ia aumentar e, por outro lado, porque as medidas de segurança sanitária exigiriam de todos comportamentos muito específicos.
Esse trabalho de consciencialização e educação para comportamentos corretos relativamente à produção, separação, deposição, aproveitamento e tratamento dos resíduos urbanos vem partilhando, todas as semanas, várias recomendações informativas e/ou de aplicação prática para:
• (i) elucidar os cidadãos sobre o ciclo que seguem os resíduos desde que saem das suas casas e a forma como são tratados;
• (ii) o impacto e o aproveitamento possível de cada tipo de resíduo;
• (iii) conceitos básicos sobre economia circular, reciclagem, aproveitamento e reutilização de materiais;
• (iv) formas de reduzir a produção de resíduos (com uma forte tónica no desperdício alimentar); e
• (v) promoção de comportamentos de poupança que contribuem diretamente para a redução de resíduos de todos os tipos.
Esta abordagem visa enfrentar o problema da produção excessiva de resíduos em várias frentes, complementando o trabalho desenvolvido pela ESGRA ao nível institucional, e dando coerência aos conteúdos disseminados, por forma a que se fale “a uma só voz” no que diz respeito aos conceitos ligados a este tema. Essa coerência na linguagem será facilitadora da interpretação dos assuntos e da aplicação prática dos comportamentos corretos.
Alteração de comportamentos e aumento da TGR
Este é, aliás, o tipo de ações de capacitação que a ESGRA vem defendendo no contexto do debate em torno do aumento da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR), prevista para janeiro de 2021, que considera uma medida que, por si só, não terá o efeito pretendido, ou seja, uma efetiva mudança de comportamentos. Por outro lado, não se compreende a sua aplicação no atual enquadramento de crise sanitária, económica e social, onerando municípios e cidadãos.
A ESGRA entende que é preciso dar sinais claros e justos aos cidadãos de que o seu comportamento é gerador de resultados e considera que um dos motivos que contribui para a falta de envolvimento da população na separação e correto encaminhamento dos resíduos produzidos decorre do facto de, atualmente, o custo da gestão de resíduos urbanos não refletir nem o seu custo real nem um custo justo. Se o valor a pagar é igual para todos, então não reflete o maior ou menor contributo de cada um quer na produção de resíduos quer na sua correta separação e encaminhamento.
Para que efetivamente haja uma alteração com impacto no desempenho da separação e reciclagem será necessário um conjunto de ações articuladas e coerentes, através da adoção de campanhas de informação e capacitação da população, bem como de medidas eficazes com vista à mudança de comportamento, através de instrumentos de natureza “Pay-as-you-through – PAYT”.