Os alunos e professores das quatro escolas portuguesas que, em 2012, descobriram um novo objeto do sistema solar vão poder atribuir um nome ao asteróide, validado agora pelo Minor Planet Center, avança a Lusa.
“A maioria dos objetos que são descobertos acaba por se perder e o facto de ter sido possível definir uma órbita neste caso é o que torna a descoberta tão especial”, contou à Lusa a coordenadora da iniciativa em Portugal, Ana Costa. Cerca de cinco anos depois da descoberta, o objeto foi agora validado pelo Minor Planet Center (MPC), depois de várias observações subsequentes para determinar com rigor a sua órbita e posição.
Inicialmente designado por 2012 FF25, a escolha do nome definitivo do novo asteróide cabe às equipas de alunos e professores responsáveis pela sua identificação. Esta descoberta esteve inserida no âmbito de uma campanha do programa International Asteroid Search Collaboration (IASC), na Universidade de Hardin-Simmons, no Texas, que tem como objetivo a procura de pequenos corpos do sistema solar.
Em Portugal, a organização destas campanhas é feita pelo Núcleo Interactivo de Astronomia (NUCLIO).
Ana Sousa explica que durante a campanha que levou à identificação do 2012 FF25, as equipas analisaram as mesmas imagens, recolhidas pelo telescópio do projeto Pan-STARRS, no Havai, e captadas com um intervalo de cerca de 20 minutos, para que fosse possível identificar o movimento de eventuais objetos.
Depois de analisarem as imagens, com recurso a programas especializados para o efeito, as equipas enviam um relatório das suas observações à Universidade de Hardin-Simmons, responsável pela confirmação da descoberta, através de uma segunda observação. Só quando os objetos têm uma órbita e uma posição definidas é que a descoberta é tornada oficial pelo MPC, o centro responsável pela identificação, designação e monitorização da órbita de asteroides e cometas.
Agora oficial, o asteróide português passa a estar incluído no catálogo dos corpos do sistema solar, e fica à espera que os seus descobridores escolham um nome. Escola Secundária D. Maria II, em Braga, Escola Secundária Luís de Freitas Branco, em Paço D’Arcos, Escola Secundária D. Inês de Castro, em Alcobaça, e Agrupamento de Escolas de Valpaços são as quatro instituições responsáveis pela descoberta.
*Foto de Lusa