O alerta foi dado às 3 horas da madrugada de terça-feira e os trabalhos de combate ao fogo duraram 54 horas. Dois armazéns da Sapec, em Setúbal, onde estavam guardados vários quilos de enxofre, tiveram de ser demolidos para pôr fim ao incêndio, noticio o semanário Sol.
A pluma tóxica de dióxido de enxofre chegou até Alverca mas foi nas freguesias próximas da fábrica que mais se fez sentir. Segundo o balanço da Direção Geral de Saúde, 20 pessoas precisaram de ser hospitalizadas, entre as quais dez bombeiros e quatro crianças, com lesões oculares.
Já o serviço de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal diz que foram apenas socorridas 14 pessoas por problemas motivados pela exposição ao dióxido de enxofre, nove dos quais bombeiros. O coordenador José Luís Bucho disse mesmo que nenhum dos casos das crianças foi associado ao incidente da fábrica: ter-se-ão tratado de conjuntivites e não de lesões oculares.
O Ministério Público instaurou um inquérito, que deverá apurar as causas do incêndio mas também a responsabilidade ou não da firma pela poluição atmosférica. O crime de poluição, prevê que quem, não observando disposições legais ou regulamentares provoque poluição do ar, água ou solo, causando danos substanciais, possa ser punido com pena de prisão até cinco anos.
Se a conduta for negligente, a prisão pode ir até dois anos ou multa de 360 dias. Em caso de poluição com perigo para o bem comum e com dolo, a pena pode ir até oito anos. Em todos estes casos, será sempre necessário avaliar se a firma ou terceiros tiveram qualquer responsabilidade no fogo.