A procura turística do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) está em alta, com um número crescente de visitantes a procurarem a área protegida, sobretudo na zona do concelho de Terras de Bouro. As unidades hoteleiras estão cheias e a ocupação do principal parque de campismo cresceu 20%. No entanto, avança hoje o jornal Público, o maior número de visitantes tem provocado uma pressão maior sobre o território, multiplicando-se as queixas de estacionamento abusivo e de lixo acumulado. A autarquia e as associações locais reforçaram a sensibilização, mas isso parece não ser suficiente.
O estacionamento automóvel é feito à margem da estrada e de forma pouco ordenada. Em alguns destes casos, como nas proximidades da cascata de Portela do Homem, os carros param mesmo dentro de zonas de protecção total. Desde o mês passado, têm-se multiplicado as denúncias deste tipo em blogs e nas redes sociais. As queixas estendem-se também à quantidade de lixo que é produzida e que, muitas vezes, é abandonado pelos visitantes do PNPG fora dos locais apropriados.
A acumulação de situações deste tipo levou a câmara de Terras de Bouro a lançar, nas últimas semanas, alertas nos locais de maior procura de turistas para a necessidade de colocar o lixo nos locais adequados e teve também que reforçar os circuitos de recolha. Também a associação empresarial Gerês Viver Turismo, em parceria com a empresa multimunicipal de tratamento de resíduos Braval, lançou, pelo segundo ano consecutivo uma campanha para sensibilizar não só os visitantes como os habitantes da zona do PNPG e os proprietários dos estabelecimentos de restauração e hotelaria para a necessidade de separação dos lixos e da sua colocação nos locais correctos.
“Há muita falta de civismo”, afirmou ao Público, Sónia Almeida, da Adere. A associação de desenvolvimento rural atua em toda a área do PNPG e não conhece problemas do mesmo tipo nas zonas de Ponte da Barca, Arcos de Valdevez ou Montalegre. Aquela responsável acaba, porém, por desvalorizar os impactos desta situação na zona protegida. “Não estamos perante um atentado à conservação da natureza”, avalia, lembrando que este é um problema localizado nos meses de Julho e Agosto quando há “muito mais gente no PNPG” e que os serviços da autarquia e do parque nacional vão conseguindo resolver.