Avaliados os preços dos combustíveis durante o ano de 2020 e 2021, a ENSE (Entidade Nacional para o Setor Energético E.P.E.) constatou que a margem média anual foi superior à média registada em 2019, período anterior à pandemia, lê-se numa noa divulgada pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática.
O estudo “Análise da Evolução dos Preços de Combustíveis em Portugal” evidencia que, durante os meses críticos da pandemia, os preços médios de venda ao público desceram a um ritmo claramente inferior à descida dos preços de referência. “As margens dos comercializadores atingiram, assim, em 2020, máximos do período em análise. Na gasolina, com 36,8 cêntimos por litro (cts/l), a 23 de março; e no gasóleo, com 29,3 cts/l, a 16 de março”, precisa o estudo, citado pelo Governo.
A análise da ENSE, que o Ministério do Ambiente teve acesso, confirma ainda que “os preços médios de venda ao público estão em máximos de dois anos, em todos os combustíveis, sendo que esta subida é mais justificada pelo aumento dos preços antes de impostos e das margens brutas do que pelo aumento da fiscalidade”.
Na quarta-feira, 30 de junho 2021, “a margem apurada sobre a gasolina era superior à margem média praticada em 2019 em 0,069€ (ou +36,62%)”. No caso do gasóleo, “a margem no último dia do mês de junho era 0,01€ superior à média do ano de 2019 (ou +5.08%)”, refere o estudo.
As margens brutas consistem na diferença entre o preço médio de venda ao público (em bomba) e o preço de referência. O preço de referência tem por base uma fórmula (publicada pela ENSE) que permite determinar o preço à saída da refinaria. Já os preços de comercialização resultam da fixação livre do mercado e variam de posto para posto e de marca para marca.
No período abrangido pelo estudo constatou-se, ainda, uma “quebra no volume de vendas de combustíveis”, especificamente em abril de 2020: “o volume total de vendas de combustíveis rodoviários registou uma descida de 49,82% face ao mês homólogo de 2019, depois de em março de 2020 essa redução homóloga ter sido de 21,74%”.
De acordo com ENSE, a venda de combustíveis foi uma das atividades que preservou as operações durante o período de pandemia, mantendo, na sua grande maioria, as estruturas de custos de operação.