Enel Green Power sai do país e vende parques eólicos por 900 milhões de euros
A Enel Green Power (EGP) vai sair de Portugal até ao final do ano, noticia hoje o jornal Público. A filial para a Península Ibérica da italiana ENEL já tinha adiantado em maio, quando apresentou o plano estratégico para os próximos cinco anos, que estava à procura de comprador para o negócio português. Esta quarta-feira anunciou a venda da subsidiária Finerge à gestora de activos australiana First State Investments por 900 milhões de euros. Este valor inclui um empréstimo dos acionistas à Finerge e os ganhos estimados com a operação não vão além dos 30 milhões de euros, adianta a EGP em comunicado.
“Esta venda faz parte da nossa política de gestão de ativos, que é um dos pilares fundamentais da estratégia do grupo para os próximos cinco anos”, disse num comunicado o presidente executivo da EGP, Francesco Venturini. Com a saída de “um mercado maduro”, a EGP procura assim otimizar o seu portefólio e apostar noutros países com “maior potencial de crescimento”, como os da América Latina, que é neste momento a grande aposta do grupo.
No acordo de venda estão os 13 parques eólicos detidos diretamente pela Finerge (localizados maioritariamente no norte do país e com uma capacidade instalada de 126 MW) e participações acionistas minoritárias noutros projetos eólicos, como os Empreendimentos Eólicos do Vale do Minho (onde a Finerge tem uma posição de 33%), e os 35,96% do consórcio ENEOP – Eólicas de Portugal (onde também estão a EDP Renováveis, com 40%, e a Generg, com 20%), o projeto que explora um total de 1333 MW.
Lembrando que os parceiros do consórcio estão atualmente a proceder à divisão jurídica do portefólio da ENEOP, a EGP refere que essa divisão garantirá à Finerge parques eólicos com uma capacidade de 445 MW. Assim, uma vez concluída a divisão, a capacidade instalada da Finerge no mercado português irá ascender a 863 MW, com uma capacidade líquida de 642 MW.
A EGP adianta que o negócio com os australianos está pendente da separação dos ativos da ENEOP, mas diz esperar que esteja concluído até ao final deste ano. O fecho marcará a sua saída do mercado de energias renováveis português.
No comunicado, a empresa que resultou da integração entre os negócios de energia renovável da italiana ENEL e da espanhola Endesa (esta é detida pelos italianos) revela que, em 2014, a Finerge registou um volume de negócios de 38 milhões de euros (aproximadamente 106 milhões de euros se considerada a consolidação proforma da ENEOP) e um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 29 milhões (90 milhões considerando a ENEOP).