Um continente submerso que apenas ficou com duas “montanhas” fora de água, a Nova Zelândia e a Nova Caledónia, noticia hoje o Jornal i. A descoberta, publicada na revista da Sociedade Geológica da América, “Geological Sociaty of America’s Journal”, vem explicar alguns factos que até agora não se entendiam como, por exemplo, a razão pela qual a Nova Zelândia e a Nova Caledónia possuiam floras e faunas com muitos aspetos comuns que não tinham sido encontradas em mais nenhum lugar.
O novo continente, chamado Zealândia pelos cientistas da GSA, tem cerca de 4,9 milhões de quilómetros quadrados, dos quais só estão fora de água os 268,680 quilómetros quadrados da Nova Zelândia e os 232,258 quilómetros quadrados da Nova Caledónia. O novo continente terá dois terços do tamanho da Austrália, que atinge os 7,6 mil milhões de quilómetros quadrados.
O principal autor do artigo, o geólogo neozelandês Nick Mortimes, disse que os cientistas tentam provar há duas décadas que a Zealândia é um continente. “O valor científico de classificar a Zealândia como um continente vai muito além de apenas ter mais um nome numa lista”, explicaram os cientistas.
“O facto de um continente poder estar tão submerso e ainda não fragmentado” é interessante para a “exploração da coesão e do rompimento da crosta continental”.
Embora nas escolas seja ensinada a divisão em cinco continentes – América, Áftica, Europa, Ásia e Oceânia -, esta é considerada incompleta por muitos investigadores que apontam para uma divisão em sete continentes, dividindo a América do Sul e do Norte e somando a Antártida. Teríamos assim sete continentes e, com a nova descoberta da Zealândia, esta viria a ser o oitavo continente conhecido. Os cientistas defendem que ele se criou depois da desintegração do supercontinente Gondwana há 85 milhões de anos.
*Foto de O Jornal Económico