A ZERO recorreu aos dados recentemente disponibilizados pelo registo de emissões associado ao Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) para efetuar uma seriação das instalações/empresas mais poluentes de Portugal em 2022.
Em território nacional há 145 empresas que declararam emissões em 2022 no âmbito do CELE. No caso das centrais térmicas utilizando combustíveis fósseis, todas as licenças de emissão têm de ser adquiridas (compradas em leilão), enquanto noutros setores uma grande parte das licenças é oferecida gratuitamente e a restante tem de ser adquirida. As empresas de transporte aéreo sediadas em Portugal são também contabilizadas, sendo consideradas apenas as emissões de voos entre aeroportos na União Europeia e Suíça. Nos últimos meses, o custo da tonelada de dióxido de carbono tem estado acima dos 80 euros por tonelada no mercado europeu.
Entre 2021 e 2022,houve um aumento significativo das emissões de algumas centrais térmicas a gás natural fóssil para produção de eletricidade e das associadas ao transporte aéreo (associadas à TAP), a par de um aumento na refinação de combustíveis fósseis.
Pelo segundo ano consecutivo, a Refinaria de Sines, da PETROGAL, é a instalação mais poluente, com um aumento de 16% nas emissões de CO2, atingindo, no ano passado, cerca de 2,7 milhões de toneladas emitidas, 5% do total de emissões oficial de Portugal em 2021.
O relatório dá ainda conta da reentrada da TAP nas 10 empresas com maiores emissões, com uma quase duplicação das mesmas, na sequência da retoma do transporte aéreo, pós pandemia.
Desta forma, o top é dominado pelo setor da refinação, produção de eletricidade a partir da queima de gás natural fóssil, setor cimenteiro, transporte aéreo e produção de olefinas. Juntas, as empresas contabilizaram mais 18% de emissões em 2022, de 10,2 para 12,1 milhões de toneladas de CO2 emitidas.