O setor energético é aquele que tem empresas com iniciativas de modernização e crescimento na cloud mais avançadas. Esta conclusão faz parte do relatório “Ascendant Maturity Digital 2022 Modernise and Grow in the Cloud” da Minsait, uma empresa da Indra.
As empresas do setor da energia estão a evoluir para soluções que lhes proporcionem a máxima flexibilidade na sua atividade, gerindo de forma otimizada a comunicação com todos os intervenientes no mercado e a integração de tecnologias e ferramentas TI/OT para uma análise de dados cada vez mais sofisticada com modelos de IA. Para consegui-lo, o relatório aponta a necessidade de implementação de estratégias de transformação digital. Razão pela qual, “80% destas empresas têm atualmente produtos SaaS ou alojam os seus dados numa nuvem pública”. Em termos de ecossistemas de dados, “87% dispõe de arquiteturas, governo do dato e datalake cloud nativas”, lê-se no relatório.
Esta vantagem, que as coloca à frente de outros setores como a administração pública, a indústria, o consumo e o retail, a construção, a banca, os seguros, ou as telecomunicações e os media, explica-se em parte pela situação do setor. O objetivo global de alcançar uma economia neutra em carbono nos próximos anos obrigou as empresas do setor da energia a investigar e a implementar fontes de geração limpas e novos modelos de mobilidade sustentável, resultando em ofertas mais variadas e personalizadas com muito mais valor para os clientes, incorporando a digitalização para aumentar a sua flexibilidade, eficiência e qualidade.
Segundo o relatório, a modernização é um fator-chave para a introdução de novas ferramentas e funcionalidades nos pontos mais críticos para o negócio, garantindo processos de desenvolvimento e produção ágeis e a compatibilidade com as novas tecnologias.
Outras vantagens da transformação digital total das empresas do setor da energia são a “minimização da dependência de terceiros”, a “possibilidade de extrair valor dos dados”, as “capacidades analíticas em tempo real” e a “facilidade de adaptação a novas regulamentações”, aponta a análise.
Um setor focado nos novos hábitos de consumo
Um dos principais desafios, no que se refere à experiência do cliente, é determinado pela procura de ofertas online, de mais autonomia e simplicidade e de uma omnicanalidade sem falhas.
A otimização e a automatização são cada vez mais necessárias numa dupla perspetiva: por um lado, “as empresas procuram eficiência de tempo e de custos nos seus processos e operações” e, por outro lado, “os consumidores exigem uma maior autonomia e digitalização”.
“É evidente um crescimento da pressão comercial nos mercados liberalizados, que compete com ofertas cada vez mais sofisticadas, assentes na hipersegmentação dos clientes, em função dos seus padrões de consumo, que incluem propostas de serviços de valor acrescentado” refere João Januário, Diretor do Sector de Energia na Minsait em Portugal. Além disso, “a entrada de novos comercializadores de outros setores com experiência nas áreas de consumo torna-se competitiva e obriga as empresas de energia a reinventarem-se constantemente”, remata.
A sustentabilidade é também um importante agente de mudança no setor da energia. Mais de 28% da eletricidade produzida em todo o mundo já provém de fontes renováveis, um valor em constante crescimento que implica a transformação das redes de transmissão e distribuição para se adaptarem a novas formas de produção e consumo de energia.