Empresas do Grupo Águas de Portugal partilham reflexões sobre objetivos comuns para os próximos anos
O grupo Águas de Portugal (AdP) coorganizou, esta terça-feira, a sessão “Água Rumo a 2030”. O evento insere-se 15.ª Semana da Responsabilidade Social que, este ano, tem como tema central “2020-2030: A Década da Sustentabilidade”. A sessão centrou-se nos desafios associados do Quadro Estratégico de Compromisso desenvolvido na AdP coletivamente.
“Que novo papel pode, passados 25 anos, ter a AdP para dar um contributo ainda mais decisivo para que Portugal atinja os objetivos a que está comprometido?”. Esta foi uma das questões que fez parte da “reflexão” dos trabalhadores da Águas do Alto Minho para o Quadro Estratégico de Compromisso do grupo AdP. Ao longo deste período, é notório o trabalho que tem sido feito e que permitiu uma “trajetória” de grande sucesso ao grupo. Mas, ainda assim, Portugal depara-se com um “conjunto de fragilidades” no setor, refere Carlos Martins, presidente da Águas do Alto Minho. Tendo em conta tais fragilidades, pareceu oportuno a esta equipa “refletir” sobre a forma como as “infraestruturas” e as “competências” ou os “conhecimentos” que, entretanto, foram adquiridos poderiam ser postos ao serviço do setor em Portugal.
Nessa reflexão, o responsável destacou algumas ações que, do ponto de vista da equipa, pareceram as mais decisivas no rumo aos novos compromissos. A empresa direcionou a sua ação para processos colaborativos com os municípios: “São um parceiro imprescindível nesta missão, com competências próprias, e são muitas vezes os que estão mais próximos do cliente”, diz o responsável. Outra das ações prendeu-se com a melhoria de performance onde o grupo AdP pode ter um papel mais proativo, através de maiores sinergias: “São conhecidos grandes problemas de articulação entre os sistemas em Alta e os sistemas em Baixa, resultado da forma como foram desenhados”.
Além destas questões, o responsável frisou ainda a “questão de equidade do acesso ao serviço” e, também, a “sustentabilidade técnica e económica” destes sistemas: “Os sucessos do presente não garantem sucesso no futuro, se não houver um trabalho continuado das equipas e um trabalho orientado”. Ao mesmo tempo, atenta Carlos Martins, deve-se assegurar que “encontramos, na área económica, os equilíbrios devidos para que os investimentos necessários possam ser feitos a tempo e garantir, assim, uma perenidade daquilo que foi todo o esforço de 25 anos”. A “promoção do valor da água” e o “reforço do carácter empresarial” encerram todo este ciclo de reflexão. Carlos Martins reconhece que, nestas matérias, os “cidadãos continuam a ter muita dificuldade em lidar com as tarifas de água”.
O presidente das Águas do Alto Minho não tem dúvidas quanto à relevância que o setor assume para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): “Somos parceiros para que Portugal cumpra as metas desenhadas para 2030”. E um dos desejos partilhados pelo responsável é que tais metas “ocorram o quanto antes no território nacional”. Outro desígnio centra-se em “levar a experiência” do grupo AdP a outros sociedades, algo que já se tem verificado: “O nosso saber posto ao serviço de outros países ou comunidades é algo que nos orgulha muito”.
[blockquote style=”2″]Afirmar, Reafirmar e sublinhar a marca AdP[/blockquote]
Do lado da Águas do Centro Litoral, esteve Alexandre Tavares. De acordo com o responsável, aquilo que esteve sempre presente aquando da reunião de reflexão sobre o Quadro Estratégico de Compromisso, foi a necessidade de “reafirmar” e “sublinhar” a marca AdP e, também, “afirmar” a missão do grupo: “O que fazemos? Como o fazemos? E porque fazemos?”. Assim, um dos pontos que esteve em destaque nesta reflexão centrou-se em posicionar o grupo numa lógica de perceber “qual é o papel da AdP para a qualidade de vida, saúde pública, proteção do ambiente, desenvolvimento económico e coesão territorial?”.
Da discussão, surgiram, igualmente, vários grupos de ação. Segundo o presidente da Águas do Centro Litoral, os campos de atuação prende-se com a “criação de um plano de comunicação a desenvolver a médio-prazo”, que permitisse dar “visibilidade” ao “posicionamento estratégico” do grupo, “envolvendo e posicionando” um conjunto de parcerias com várias partes interessadas e vários stakeholders. Outra área foca-se no “diagnóstico de sustentabilidade” em que, na “reafirmação” da marca, se deve também afirmar os “níveis de performance do grupo”, as “boas práticas corporativas” através da criação de um índice que permita “monitorizar esse desenvolvimento e performance estratégica”. Depois, Alexandre Tavares destaca ainda a “educação para a sustentabilidade”, sendo esta já uma “estratégia muito desenvolvida” no quadro das empresas do grupo: “Consideramos fundamental a sua consolidação numa lógica também associada aos ODS”. A ideia, segundo o responsável, seria “posicionar o setor a um novo conjunto de valores” como a “emergência de um novo conjunto de atitudes e boas práticas”, o “uso racional da água”, e a “boa relação com todos os equipamentos”. Também o “posicionamento dos municípios “aparece como algo central”, quer para as parcerias da educação para a sustentabilidade, quer para as da educação ambiental: “Os municípios terão que ser os parceiros essenciais” na realização de projetos a operacionalizar a uma escala local, refere. Os “hotspots de comunicação” são também outra das dimensões focadas nos grupos de ação. Estes componentes visam dar “notoriedade” ao grupo e a um “setor essencial” que, como tal, merece ser sublinhado, remata.
A 15.ª Semana da Responsabilidade Social é organizada anualmente pela APEE (Associação Portuguesa de Ética Empresarial) e pela Global Compact Network Portugal para debater os grandes temas relativos à ética, à responsabilidade social e à sustentabilidade.