Depois de ter recebido em casa a primeira conta do aquecimento a gás, que considerou “um balúrdio”, José Marques começou a investigar outro tipo de combustível, chegando ao biodiesel. Fundou a empresa IncBio, em que o objetivo não é tanto produzir o combustível, mas sim conceber, projetar e construir fábricas para as empresas que o fazem, noticiou hoje o Negócios.
“Começamos a fazer pequenas máquinas para a utilização particular, reatores de 50 litros orientados para restaurantes que tinham o seu próprio óleo das frituras”, adiantou o fundador da empresa da Maia. Em 2010, a sociedade já estava a trabalhar na aérea industrial, a fabricar unidades para a produtores de biodiesel, mas não só. “O nosso primeiro projeto industrial foi para uma empresa farmacêutica na Noruega, por acaso não é de biodiesel. O processo químico é idêntico, mas fabrica Ómega-3 a partir do óleo de peixe, explicou José Marques.
Desde essa altura, a BioInc tem estado a trabalhar em projetos com dimensão crescente, sendo que o maior, para já, é um na Colômbia. “Fazemos o projeto industrial todo, desde a conceção inicial ao arranque da unidade. Temos engenharia de processo, mecânica, 3D, eletrónica e automação”, entre outros segmentos, adiantou José Marques.
A expansão está em marcha pelo mundo fora. “A nossa última unidade fabril foi instalada na Grécia. No Norte de África também temos duas unidades, estamos na Malásia e agora temos também vários projetos nos EUA em fase de estruturação”, reforçou o empresário.
A tecnologia que a BioInc desenvolveu retira não só biodiesel, mas também outros componentes de vários tipos de resíduos. “Usar óleo virgem é fácil, mas fazer com a matéria-prima contaminada, gordura animal, ou resíduos que se retiram das ETAR municipais é mais complicado”, apesar de mais sustentável e barato, referiu o empresário.
Neste momento, o grupo está a investir perto de dois milhões de euros numa unidade própria para produção de combustível e testes de tecnologias novas.