Menos de um ano depois de aprovado, o Acordo de Paris entrou em vigor. Porém, as medidas propostas não chegam para impedir a temperatura média global de subir mais de 2ºC até ao final do século e para travar as alterações climáticas, noticiou este sábado o Expresso. O degelo da Gronelândia e fenómenos extremos da seca e inundações em vários pontos do mundo são alguns exemplos.
É esperado que a Conferência das Nações Unidas, que começa hoje em Marraquexe, dê um empurrão para novas metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE), antes de 2020. Um relatório recente da ONU recomenda o corte de um quarto das emissões globais atuais na próxima década, sob pena de as temperaturas subirem mais de 3ºC.
Os dois maiores poluidores mundiais, a China e os EUA (responsáveis por 38% das emissões), propuseram reduzir a sua intensidade carbónica no prazo de 10-15 anos. E a UE (12%), comprometeu-se a reduzir 40% das emissões até 2030, e 80% até 2050. Pequim lidera o processo acossada por manifestações contra o ar irrespirável das grandes cidades.
Apesar de ser um contribuinte menor para o ‘bolo carbónico’ (0,1%), Portugal também tem trabalho de casa para fazer. O Plano Nacional para as Alterações Climáticas definiu que as emissões destes gases devem cair 23% até 2020 e 40% até 2030. Porém, a meta para daqui a quatro anos está praticamente alcançada. Por isso, os ambientalistas defendem a “necessidade de maior ambição” nos cortes e uma maior eficiência energética nas energias renováveis e na promoção dos transportes públicos.
Quando Portugal ratificou o acordo de Pari, a 30 de setembro, o ministro do ambiente, João Matos Fernandes sublinhou que “Portugal está totalmente comprometido com a profunda descarbonização da economia”.