Embaixador moçambicano assiste a incineração de marfim e pontas de rinoceronte
Duas toneladas de marfim e sete dezenas de cornos de rinocerontes foram, no sábado, incineradas em Hanói, numa cerimónia que contou com a presença do embaixador de Moçambique na capital do Vietname no país asiático, Gamaliel Munguambe, segundo noticiou hoje a agência Lusa.
De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiro e Cooperação de Moçambique enviado à Lusa, além do marfim e dos cornos de rinocerontes, foram também incinerados várias ossadas de tigre provenientes do tráfico ilegal.
Além do embaixador de Moçambique no Vietname, segundo o documento, a cerimónia contou com a participação do vice-ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural vietnamita, Ha Cong Tuan, bem como quadros diplomáticos da Grã-Bretanha e do Laos.
A procura de marfim e de cornos de rinoceronte provocou uma redução drástica na população de elefantes e de rinocerontes no continente africano, passando a ser uma ameaça à sobrevivência das respetivas espécies.
Um estudo divulgado recentemente pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), que gere a base de dados da população do elefante africano em todo o continente, aponta que atualmente haja em Moçambique 10.800, uma redução de 25% em dez anos. Também o rinoceronte encontra-se fortemente pressionado e atualmente inexistente em Moçambique, mas o sul do país mantém uma forte presença de caçadores furtivos, que atravessam a fronteira para caçar esta espécie no vizinho Parque Kruger, na África do Sul.
O comércio ilegal estende-se em direção à Ásia, onde as presas de elefante e os chifres de rinoceronte são usados na medicina tradicional ou em objetos de luxo.
A pobreza das populações e o crescimento do mercado internacional de venda de marfim são apontadas como as principais causas da matança de animais e a localização de Moçambique nas proximidades dos países considerados como centros da caça furtiva tem contribuído para a generalização deste crime.