O 11.º Encontro anual da Elecpor- Associação Portuguesa das Empresas do Setor Eléctrico – vai realizar-se no próximo dia 8 de novembro, pelas 9h00 no Hotel Intercontinental, em Lisboa. Sob o mote “Os efeitos distributivos das ações de descarbonização: possíveis medidas de correcção”, a temática deste ano “decorre de objetivos definidos e aceites no Acordo de Paris mas, sobretudo, das recomendações da Comissão Europeia para o ritmo da descarbonização”, refere a organização em comunicado.
Neste sentido, o setor eléctrico, designadamente as tecnologias utilizadas na produção de energia elétrica, não poderiam deixar de ter um papel fundamental de forma a satisfazer o objetivo europeu de atingir a neutralidade carbónica até 2050, designadamente substituindo os processos emissores de CO2 por tecnologias utilizando fontes renováveis e, como tal, neutras em carbono. Esta substituição exigirá, naturalmente, um volume significativo de novos investimentos, que um estudo recente do EURELECTRIC estimou para o conjunto dos países europeus num valor anual de 100 mil milhões de euros, não contando com investimentos adicionais em reforço de redes e noutras infraestruturas.
Para João do Nascimento Baptista, diretor-geral da Elecpor, “a urgência da descarbonização vai sendo progressivamente assumida, de modo geral como algo inevitável, por vezes com entusiasmo e focando sobretudo os aspectos tecnológicos, mas, em contrapartida, subalternizando ou ignorando os reflexos socioeconómicos e as desigualdades de capacidade económica para a pôr em prática. Esquece-se, por exemplo, que os consumidores deverão suportar investimentos significativos para electrificar residências ou instalações comerciais e que, por outro lado, para permitir um consumo eficiente as suas decisões devem poder usufruir de tarifas “inteligentes”, concebidas de forma adequada.”
A Elecpor tem procurado, ano após ano, através dos seus “Encontros”, aprofundar determinadas opiniões e propostas relativas ao sector eléctrico, chamando a atenção e discutindo aspectos essenciais mal entendidos ou ignorados, voluntária ou involuntariamente, e apontando as trajectórias realistas que permitirão avançar e obter soluções para os problemas debatidos. No caso da descarbonização, a definição da política energética é condicionada por esse objectivo e, simultaneamente, constitui o elemento crucial da trajectória para a sua concretização. Esta característica esteve na base da escolha do tema e dos intervenientes internacionais e nacionais que, no Encontro em causa, se espera que possam contribuir para um esclarecimento do futuro próximo.
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