Enquanto empresa nacional a operar nos setores de energia, indústria e mobilidade, a Efacec confia que estes são setores “estruturantes” da vida das cidades no passado, presente e futuro, e que uma base industrial “sólida” é um pré-requisito para alcançar a economia circular. Quanto ao que mudou na transição energética, durante a Covid-19, o CEO Ângelo Rodrigues afirma que muito pouco, ou não fosse “o desenvolvimento das renováveis um processo imparável”.
Durante o Webcast “Covid-19: Transição Energética, o que mudou?”, iniciativa da The K Advisors, o CEO da Efacec defendeu que “a economia tem de continuar a desenvolver-se” e que este é um “tempo de grandes oportunidades”. É desta forma que “devemos procurar compreender e apostar a nossa competência e capacidade” em resposta aos desafios que vivemos e que vão impactar o futuro próximo.
Assim, é tempo também de refletir sobre a importância da indústria, para o desenvolvimento económico e sustentável, em cidades “cada vez mais complexas” pela sua crescente dimensão num mundo em processo de urbanização. Segundo Ângelo Rodrigues, “essa complexidade será melhor resolvida se as tecnologias desenvolvidas forem orientadas em termos da capacidade que possam criar mais qualidade de vida” para as populações.
E é neste ponto que o papel da indústria é discutido e o responsável admite ser essencial refletir sobre como “nós, indústria europeia, conseguimos dar resposta aos desafios que temos pela frente”, num mundo em que os EUA, China, Japão, Coreia e Brasil, “aumentam as políticas industriais nacionalistas e protecionistas” que se podem revelar “inibidoras ao desenvolvimento da Europa”, explica o CEO.
“O desenvolvimento das renováveis é um processo imparável”
Ângelo Rodrigues argumenta que: “Os países com uma base industrial sólida são muito mais resistentes do que as economias apoiadas apenas no setor terciário.” E que esse é um “pré-requisito para que uma economia circular funcione, no sentido amplo de sustentabilidade” muito mais além da questão ambiental. O responsável adiciona que “as indústrias e serviços não são alternativos mas complementares”.
Deste modo, é necessário “reforçar as competências industriais” na Europa, nomeadamente, através da adoção de uma “estratégia industrial sustentável”, considera o responsável. O primeiro passo é identificar as “cadeias de valor estratégico” e “as tecnologias-chave para alavancar o seu desenvolvimento”. Para o CEO da Efacec, um desses setores é o energético que “tem demonstrado, e não tenho dúvidas que vai demonstrar também agora, uma resiliência ímpar”.
O vírus tem impactado o preço dos combustíveis fósseis — que estão “particularmente baixos” — o que pode influenciar negativamente o “processo de desenvolvimento das renováveis”, equaciona o responsável. No entanto, “não tenho dúvidas de o desenvolvimento das renováveis é um processo imparável” já iniciado e que vai continuar o seu caminho, reconhece.