A EDP vai investir 12 milhões de euros nos próximos três anos em empresas de produção descentralizada de energia, nomeadamente na África Oriental, no âmbito da aposta na promoção do acesso universal a energia sustentável, anunciou hoje a empresa, de acordo com a “Lusa”. Em comunicado, a EDP adianta que “o investimento do grupo será realizado em empresas, já existentes e promissoras, com soluções sustentáveis para acesso à energia” e representa uma oportunidade para o grupo se tornar num “operador com relevância em mercados emergentes” na área do acesso à energia.
Para além deste investimento de 12 milhões de euros — a concretizar, prioritariamente, em países da África Oriental – junta-se a aplicação de um milhão de euros em atividades de responsabilidade social. Segundo a empresa, “este investimento irá impactar 200 mil pessoas, essencialmente em países em desenvolvimento”.
A EDP justifica este investimento com a “nova estratégia definida para a área do acesso à energia (A2E) e num contexto de relevante mercado potencial nos países em desenvolvimento”. Para além da “promoção de energia sustentável para todos”, o projeto representa para a elétrica portuguesa “a oportunidade de se tornar num operador A2E com relevância em mercados emergentes, com especial ênfase no mercado rural sem ligação às redes elétricas nacionais (‘off-grid’) com recurso a energias renováveis”.
“Em termos de geografias, a prioridade será África Oriental, pela maior estabilidade política, enquadramento regulatório e pela sua dinâmica de desenvolvimento económico”, explica. Já o investimento em atividades de responsabilidade social “irá reforçar o compromisso da EDP para com a sustentabilidade, nomeadamente através da criação de um fundo filantrópico que terá como missão atenuar a exclusão elétrica em que ainda vivem mais de mil milhões de pessoas”.
Inicialmente criado na esfera da Fundação EDP, o A2E é hoje assumido pelo grupo como “uma atividade próxima do core business”, contando hoje com “uma equipa dedicada ao desenvolvimento de novos projetos e investimentos na geração descentralizada, distribuição e comercialização, envolvendo as diferentes geografias do grupo”. Para além de refletir o compromisso do grupo para com as comunidades locais onde tem operações, o A2E surge também como um potenciador de “novas oportunidades de internacionalização em países que ainda mantêm parte significativa das suas populações rurais sem acesso à eletricidade”, lê-se no comunicado.
Desde 2009, o grupo EDP diz ter investido cerca de cinco milhões de euros em projetos A2E, “impactando diretamente 20.000 pessoas”: “Foram implementados projetos no Quénia Angola, Brasil, Guiné-Bissau e Benim e também executados projetos de consultoria em São Tomé e Príncipe, Myanmar, Peru, México, Moçambique, Timor e Venezuela”, adianta.