EDP entre as 157 grandes empresas que apelam à UE para reforçar metas ambientais
Mais de 150 grandes companhias e investidores, incluindo a EDP, assinaram carta para pedir aos dirigentes europeus maior ambição nas metas ambientais – redução de emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030 é uma delas.
De acordo com a EDP, a carta, entregue esta terça-feira, 15 de setembro, elenca várias propostas, entre as quais se destaca o “apelo aos governantes da União Europeia (EU)” para apoiarem a “ambição estabelecida no Acordo Verde Europeu (Green Deal)” e a “redução das emissões de gases de efeito de estufa em pelo menos 55% até 2030”.
A EDP é uma das 157 empresas e investidores que subscrevem esta carta, juntamente com outras companhias, como Unilever, Microsoft, Ikea, Deutsche Bank, H&M, Google, EDF ou Efacec, e mais 21 redes e associações empresariais. A revelação deste documento acontece na “semana em que a Comissão Europeia se reúne para discutir propostas para as novas metas de emissões até 2030” e na “véspera do discurso sobre o Estado da União previsto para esta quarta-feira”, refere a empresa em comunicado.
Através desta carta aberta, os líderes empresariais de toda a Europa pretendem “reforçar a sua determinação em trabalhar com a UE para enfrentar os impactos da pandemia da Covid-19”, ao mesmo tempo que se procura uma “recuperação mais regenerativa e resistente ao clima”. Segundo a EDP, o documento realça ainda a “diversidade das empresas europeias no apoio ao aumento da ambição climática”, envolvendo desde “empresas de produção, indústria pesada e finanças, passando pelos bens de consumo, produção de energia, tecnologia e muitas outras áreas”.
“O que precisamos urgentemente de contemplar a seguir é uma implementação ambiciosa do pacote de recuperação focado em alcançar uma transição verde e digital, com o Acordo Verde Europeu no seu núcleo e tendo em vista uma elevada meta de redução de emissões de curto prazo”, destaca a carta conjunta dos líderes empresariais.
Além disso, “as decisões certas agora podem ajudar a criar e a proteger comunidades saudáveis, prósperas e justas e garantir um roteiro para uma economia próspera. Do ponto de vista do negócio e do investidor, é essencial ter clareza sobre o caminho de transição para a neutralidade carbónica e as estimativas temporais para cada setor, para além de ser essencial uma política que permita investimentos substanciais em soluções de carbono neutras. Isto, por sua vez, providenciar-nos-ia a confiança necessária para investir decididamente no ritmo e escala necessários para reduzir as emissões, criar empregos verdes decentes, impulsionar a inovação e acelerar a reconstrução de uma economia de carbono neutro resiliente”, reforçam no mesmo documento.
Para Miguel Stilwell de Andrade, CEO interino da EDP, “a ciência climática e a sociedade civil estão totalmente de acordo – precisamos de uma ação mais célere sobre as alterações climáticas a partir de agora. A orientação regulamentar definida pela UE proporcionou um enorme crescimento em áreas como as energias renováveis e devemos manter a dinâmica da política se quisermos registar mudanças semelhantes em áreas como os transportes, o aquecimento e a indústria pesada. Vamos apoiar os decisores políticos em cada etapa do caminho para um mundo neutro em carbono em 2050.”