A nova rubrica da Ambiente Magazine dá a conhecer projetos que participaram no programa EDP Energia Solidária, organizado pela Fundação EDP. Com o objetivo de apoiar ideias inovadoras e com cariz social, apresenta-se o projeto Gigantes Verdes.
No que consiste o projeto?
O Gigantes Verdes é um projeto focado na preservação e valorização das árvores de grande porte, promovendo a sua conservação e o reconhecimento do seu papel na biodiversidade. A iniciativa envolve ações de mapeamento, proteção e envolvimento comunitário para garantir a sobrevivência e regeneração destas árvores.
O projeto nasceu com uma visão clara: identificar e proteger as maiores árvores de grande porte, conhecidas como Gigantes Verdes. Estas árvores, com perímetros de tronco superiores a 150 centímetros, representam um património natural único, contando com mais de 7.400 exemplares apenas em Lousada. Estima-se que 2% destas árvores sejam abatidas anualmente, sobretudo devido a ações humanas como urbanização, agricultura intensiva e extração de madeira. Apenas 10% das perdas resultam de causas naturais, o que demonstra a necessidade urgente de medidas de conservação.
O projeto Gigantes Verdes vai além da proteção das árvores. A sua missão é capacitar cidadãos como Embaixadores de Gigantes Verdes, transformando-os em agentes ativos na preservação ambiental. Estes embaixadores utilizam ferramentas de ciência cidadã para mapear, analisar e monitorizar as árvores, enquanto envolvem as comunidades na proteção da biodiversidade e na valorização do património natural e cultural.
O projeto foi distinguido com o prémio EDP Energia Solidária 2024, o que permitiu a sua expansão para vários concelhos do distrito do Porto, através da ADER-SOUSA (responsável por Penafiel, Paredes, Felgueiras e Paços de Ferreira), bem como para os municípios de Valongo e Gondomar e para o Distrito da Guarda, abrangendo Seia, Manteigas, Fornos de Algodres e Sabugal.
A quem se destina o projeto?
O projeto Gigantes Verdes destina-se a todos aqueles que querem envolver-se na preservação das árvores de grande porte. O projeto mobiliza as comunidades locais, incentivando a participação ativa na identificação e proteção destas árvores, e capacita técnicos da área ambiental com conhecimento para uma gestão mais eficaz do território.
Um dos pilares do projeto é a rede de Embaixadores de Gigantes Verdes, composta por cidadãos voluntários que recebem formação para mapear, monitorizar e sensibilizar as suas comunidades sobre a importância destas árvores. Estes embaixadores desempenham um papel essencial na ciência cidadã, garantindo que mais pessoas se tornam guardiãs do património natural.
Qual a importância do projeto integrar o programa EDP Energia Solidária?
A integração do Gigantes Verdes no programa EDP Energia Solidária representa um impulso significativo no financiamento e visibilidade do projeto. O apoio da Fundação EDP permite ampliar as ações de preservação e proteção das árvores; capacitar mais Embaixadores de Gigantes Verdes, fortalecendo a rede de voluntários e a sua capacidade de ação; e expandir a iniciativa a novos territórios, promovendo a conservação da floresta nativa portuguesa.
Este reconhecimento valoriza o trabalho desenvolvido até agora e permite o envolvimento de mais comunidades na preservação das árvores de grande porte.
Até ao momento, que financiamentos recebeu o projeto?
O projeto foi um dos vencedores do Programa EDP Energia Solidária, tendo recebido um financiamento de cerca de 100.000€ para a sua expansão e capacitação de novos embaixadores.
Que resultados deste projeto podem ser divulgados?
Até ao momento, o projeto atingiu vários marcos importantes, incluindo: 200 Embaixadores de Gigantes Verdes formados, que estão ativamente a mapear e monitorizar árvores em várias regiões; mais de 2.000 Gigantes Verdes registadas em Portugal, das quais mais de 1.200 árvores estão nos concelhos piloto do projeto.
Quais os próximos planos para o projeto?
Nos próximos meses, o projeto terá várias iniciativas para reforçar o envolvimento comunitário e a preservação das árvores, incluindo: caminhadas Interpretativas, abertas à comunidade e lideradas pelos Embaixadores, onde serão identificadas e mapeadas árvores de grande porte. Estas caminhadas decorrerão entre março e setembro de 2025; Bootcamp exclusivo para Embaixadores de Gigantes Verdes, onde poderão desenvolver ideias para proteger árvores nos seus municípios e implementar novas estratégias de conservação; e expansão para novos concelhos, procurando estabelecer parcerias com novos municípios interessados em aderir ao projeto.
Que mensagem quer deixar o projeto à sociedade?
O projeto Gigantes Verdes reforça que as árvores centenárias são um património vivo e insubstituível, fundamentais para a biodiversidade, o equilíbrio climático e a identidade cultural das comunidades. Estas árvores não são apenas parte da paisagem, mas desempenham um papel essencial na regulação do clima, armazenamento de carbono, purificação do ar e preservação da biodiversidade. Servem de abrigo para aves, insetos e outras espécies, fixam carbono, produzem oxigénio e ajudam a reter água nos solos. A sua importância não é apenas ecológica, mas também cultural e histórica. Muitas destas árvores estão presentes em praças, parques e áreas rurais, tornando-se símbolos do património natural e da identidade das comunidades.
A preservação de Gigantes Verdes não é apenas uma questão ambiental, mas um compromisso intergeracional, assegurando que as próximas gerações possam beneficiar destes ecossistemas únicos.
O projeto apela à participação de todos: cidadãos, empresas e entidades públicas, para que contribuam ativamente na preservação e valorização destas árvores. Cada árvore protegida representa uma vitória contra a degradação ambiental e uma oportunidade para um futuro mais sustentável.