A EDP vai co-financiar, juntamente com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), um conjunto de trabalhos de investigação científica dedicados à gestão de impactos ambientais e conservação da biodiversidade. Segundo a nota enviada, a Cátedra EDP em Biodiversidade, concedida à Universidade do Porto e gerida pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO), concentra-se na aplicação das novas tecnologias ligadas à genómica ambiental, uma área de conhecimento ainda emergente e que faz uso do DNA recolhido ao ambiente (DNA ambiental ou eDNA – Environmental DNA).
A Cátedra teve uma primeira fase entre 2012 e 2016 e tem contribuído para promover inovação científica, tecnológica e de gestão ambiental partilháveis com toda a comunidade científica, agências governamentais, universo empresarial e público em geral.
A renovação da Cátedra para o período 2018/20, agora formalizada, permite dar continuidade à iniciativa, e será desenvolvida no âmbito de um grupo de investigação do CIBIO-InBIO dedicado à ecologia aplicada (ApplEcol) liderada pelo investigador Pedro Beja, detentor da Cátedra.
Esta Cátedra, que será apoiada até 160.000€ por ano, dos quais 75% são assegurados pela EDP, é uma ferramenta importante na relação da empresa com o sistema académico e científico. O trabalho de parceria desenvolvido com os investigadores permite aumentar a eficácia na monitorização e mitigação dos impactes sobre a biodiversidade gerados pelas atividades de produção de energia.
A investigação centrar-se-á em zonas de albufeiras e cursos de água, nomeadamente os associados aos empreendimentos e atividades da EDP. Entre os principais temas figuram a caracterização de comunidades de peixes e a deteção de espécies invasoras em albufeiras de empreendimentos hidroelétricos. A monitorização da qualidade dos cursos de água com recursos às técnicas de eDNA também faz parte dos estudos previstos. O objetivo final é desenvolver novas técnicas custo-eficientes para monitorização biológica, gerando ao mesmo tempo informação relevante que auxilie na resolução de problemas da gestão ambiental.
No âmbito da sua estratégia de sustentabilidade, o grupo EDP tem a ambição de atingir, até 2030, “um balanço tendencialmente positivo do impacto gerado pelos novos projetos na biodiversidade”, contribuindo para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável #15 (Proteção da Vida na Terra), das Nações Unidas. “Um compromisso que reforça a importância dos contributos da ciência para desenvolver metodologias capazes de melhorar a monitorização da qualidade dos habitats e promover soluções mais ágeis e viáveis de conservação dos ecossistemas”, refere a nota.
As atividades da Cátedra EDP em Biodiversidade já iniciaram. Neste âmbito, nos dias 18 e 19 de dezembro, decorre no CIBIO-InBIO um encontro internacional de especialistas no qual será debatida a implementação, em Portugal, das técnicas de eDNA para monitorização ambiental da água.