A EDP vai apoiar oito projetos sustentáveis e de energia renovável em cinco países africanos, através do Fundo A2E (Access to Energy). O financiamento, num total de meio milhão de euros, pretende promover o acesso a energia limpa em zonas mais remotas e carenciadas e, dessa forma, ajudar a combater a pobreza energética naquele território.
Nesta segunda edição do fundo, a EDP recebeu 160 candidaturas, tendo selecionado oito propostas para serem desenvolvidas em Moçambique, Quénia, Tanzânia, Maláui e também Nigéria, que agora se junta aos quatro países já abrangidos no último ano. Tal como na edição anterior, o Fundo A2E aposta em projetos que envolvem cinco áreas prioritárias – educação, saúde, agricultura, empresas e comunidade – e destaca critérios de avaliação como o impacto social, parcerias, sustentabilidade, potencial de expansão ou viabilidade financeira.
Desde a instalação de painéis solares à criação de inovadores sistemas de irrigação, os projetos partilham regras sustentáveis e o objetivo de melhorar a vida das comunidades – estima-se que as iniciativas apoiadas irão beneficiar, de forma direta e indireta, mais de um milhão de pessoas nos cinco países. Com três projetos, o Quénia destaca-se na lista de entidades selecionadas: KarGeno, Dadreg e Centrum Narovinu. Segue-se o Maláui, com duas organizações: aQysta e Unicef. Em Moçambique, a entidade selecionada foi a VIDA, na Nigéria foram os Salesians of Don Bosco e, na Tanzânia, a escolha recaiu sobre a fundação Aga Khan.
Destinado a entidades com ou sem fins lucrativos, o Fundo A2E dá assim continuidade ao programa iniciado em 2018 que, logo nessa primeira edição, recebeu 108 candidaturas de quatro países e disponibilizou 450 mil euros para apoiar novos projetos em áreas e populações carenciadas. À semelhança do primeiro ano, o fundo continua a garantir apoios financeiros entre 25 mil e 100 mil euros a cada projeto.
Com esta segunda edição do Fundo A2E, a EDP reforça o seu compromisso com a sustentabilidade e com a necessidade de combater a pobreza e a exclusão elétrica que ainda afetam a vida de milhões de pessoas, especialmente em comunidades rurais remotas e carenciadas de países em desenvolvimento. Estes apoios financeiros inserem-se numa estratégia global para a África subsariana, que tem envolvido o investimento em vários projetos. É o caso da aposta, em 2018, na SolarWorks!, em Moçambique, onde se dedica à comercialização de soluções descentralizadas de energia solar, e, mais recentemente, da aposta na Rensource, na Nigéria, onde desenvolve e gere sistemas também de energia solar.
O que faz cada um dos oito projetos
– A KarGeno apresentou um projeto de irrigação sustentável em Mabinju, no Quénia. O projeto prevê a instalação de dez sistemas de irrigação gota a gota com bomba solar para abastecer dez grupos de agricultores e dois tanques de água para cada grupo. A medida vai beneficiar 1/3 das famílias com terras agrícolas;
– Também no Quénia, a Dadreg candidatou-se com um sistema solar de 15 kWp para o centro de formação comunitária em Nairobi. Esta instalação vai permitir que 980 jovens de um bairro carenciado tenham acesso a formação profissional para um emprego remunerado. Vai ainda contribuir para uma redução de 70% no custo da energia;
– Um sistema solar de 20 kWp para abastecer a “Ilha da Esperança”, um centro comunitário na ilha Rusinga, no Quénia, foi o projeto com que o Centrum Narovinu foi selecionado. A instituição, que acolhe órfãos e crianças vulneráveis, envolve um jardim de infância, uma escola primária e outra secundária, um orfanato e ainda uma clínica médica e um laboratório de informática;
– A Unicef candidatou-se com um projeto de instalação de dois sistemas de energia solar de 1,8 kWp para bombeamento de água em duas escolas e comunidades vizinhas no Maláui. O sistema vai permitir o acesso da população desta zona a água potável;
– O projeto “Easi-Water, Easi-Pay” da aQysta prevê a instalação de 50 bombas de energia hidroelétrica e 50 kits de irrigação para apoiar os trabalhos de 250 pequenos agricultores em três distritos do Maláui. Com este sistema, vão dispor de irrigação nos terrenos agrícolas durante a estação seca;
– A VIDA pretende instalar painéis solares para sistema de irrigação por bomba de água em Moçambique. Projeto envolve ainda a iluminação do centro de formação e oficina de artesãos para melhorar a qualidade de vida no distrito de Matatuine, garantindo maior acesso a informações sobre florestação, sistemas agroflorestais e segurança alimentar, bem como aumento da produção de mel;
– A fundação Aga Khan propôs a criação do “Interruptor Solar de Mwanza”, um sistema solar de 39,6 kWp para o hospital Aga Khan, na Tanzânia, e 26 equipamentos solares de aquecimento de água. Com isso pretende evitar as quebras frequentes de energia, reduzir a conta da energia elétrica e substituir o consumo de gasóleo dos geradores de reserva;
– O centro Salesians of Don Bosco, na Nigéria, planeia a instalação de um sistema solar de 10 kWp para abastecer o Centro Vocacional e Educação Profissional. Projeto prevê ainda a criação de uma oficina/workshop para formar eletricistas e especialistas em sistemas solares para produção de eletricidade.
Todos os projetos selecionados pelo Fundo A2E podem ser consultados aqui.